Matheus Reis, lateral-esquerdo do Sporting, foi o convidado do podcast ADN de Leão.
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O que mudou ao chegar ao Sporting? "Mudou tudo. Desde que cheguei a Portugal tenho de avaliar a dimensão e a estrutura. O que passei para chegar em campo. Foi incrível. Estava parado, nunca tive oportunidade de falar. Estava sem tocar na bola, ia correndo à volta do campo [no Rio Ave]. Usava o facto de não jogar e de correr à volta do campo para fazer treino individual no ginásio e com o personal trainer. [No Sporting] O míster disse-me que teria 15 dias para me adaptar e numa semana entrei com o Gil Vicente. Estávamos a perder, com uma chuva, e virámos esse jogo com dois golos do Coates. Ali foi a minha estreia e não podia ser melhor. Não podíamos perder pontos e já estava sem jogar há cinco meses. É muito tempo. Só fazia trabalho de força e correr."
Chegada a Portugal: "Ao chegar a Portugal não foi nada do que me prometeram. No Moreirense fiz dois jogos entrando para extremo. Vim com a promessa de jogar e nem ia a jogo. Foi aquele baque. Podia ter ido para São Paulo, mas pensei que não podia parar de trabalhar. Que pela minha honra não ia desistir. Foi o momento mais crítico da carreira. Quando não jogas é que é complicado, tens de manter o foco. Acreditei no meu potencial e que podia chegar onde hoje estou."
A adaptação e as diferenças entre Norte e Sul: "Não tínhamos noção do frio que se passa em Portugal. Vínhamos de Bahia, que era o contrário. Ia para os treinos de calças térmicas, estavam dois graus quando cheguei. (...) Os portugueses falam alto, no Norte gritam. O Gonçalo Esteves é diferente, fala mais alto... Os lisboetas são mais parecidos com o Brasil. "
A família: "A minha primeira namorada é hoje a minha companheira. Sempre estivemos juntos. Estamos juntos há sete anos. Tenho um filho, chama-se Matheus também. Estamos a planear ter uma menina, queremos uma menina, mas se vier um menino que venha com saúde. Tem 2 anos e sete meses e é muito bom ter nascido em Portugal. Nasceu no Porto, num hospital muito bom. Foi tudo espectacular. É um fã fanático, contra o FC Porto foi o primeiro jogo que ele viu, grita e torce muito. Vou colocá-lo cedo no futebol, mas ele gosta muito de carros. Sou flexível. O meu pai joga até hoje. Desde o inicio que gosto de futebol por ele. Ia atrás dos fiscais de linha a insultar. O meu pai ainda não viu nenhum jogo e espero que me veja na Champions."