
Quatro golos do angolano em seis jogos na etapa de promoção embalaram a equipa rumo à Liga SABSEG. Avançado, de 37 anos, tem vontade de continuar no Torreense. Reconhece estar num bom momento, contudo lembra que ainda falta um jogo para fechar a época com chave de ouro, isto é, o título de campeão.
Quatro golos em seis jogos na fase de subida, três deles nas últimas três partidas, fazem de Mateus uma das grandes figuras da época bem-sucedida do Torreense. O angolano, 37 anos, igualou o máximo de remates certeiros em Portugal, quando conseguiu semelhante marca, em 2004/05, no Casa Pia e tem uma explicação para isso.
"Deve-se muito ao facto de jogar numa posição diferente. Na I Liga atuava maioritariamente a extremo. Agora tenho jogado a avançado, próximo da área, e é natural que os golos apareçam com facilidade", refere.
Ainda assim, quer mais. "Não considero um grande desempenho. Claro que os golos fazem sempre falta, principalmente a um avançado, mas tive golos que não deram pontos, onde não ganhámos. Prefiro marcar, mas contribuir para vitórias", justifica.
Esta promoção é a primeira na já longa carreira do dianteiro e tem um sabor diferente, depois de tantas temporadas na Liga Bwin, várias delas na luta pela permanência. "O sentimento é de extrema alegria. Quando lutas para não descer, os nervos atrapalham, mas sempre de uma forma negativa. Qualquer adversidade é uma coisa do outro Mundo. Tentar uma promoção é diferente. Estivemos sempre bastante confiantes", remata.
A reforma não está no horizonte e a vontade é ficar no Oeste. "Ainda não tive abordagens do clube, quero acabar o ano da melhor maneira, com a Taça e o título de campeão da Liga 3, e depois veremos. Temos muito tempo. Porém, acredito que tenho capacidade para continuar mais um ano", sublinha.
Carimbado o salto para os patamares profissionais na derradeira jornada, Mateus garante que ter falhado o primeiro "match point", em Felgueiras, não criou mais pressão. "Depois de vencermos o Alverca ficámos com dois "match point", como se diz no ténis, para subirmos. Falhámos em Felgueiras e corrigimos o que fizemos de errado com o V. Guimarães B. Foi totalmente merecido, numa prova muito exigente e competitiva como a Liga 3."
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Ambientes de palcos principais
Quando Mateus assinou pelo Torreense, a Direção falou-lhe de um clube com gente muito bairrista, mas que o avançado só pôde verdadeiramente constatar neste último encontro, perante o V. Guimarães B. "Os diretores disseram-me que a cidade se envolvia muito. Nos primeiros jogos tivemos alguma moldura humana, mas nada se assemelhou a esta partida. Com o Alverca também sentimos bastante apoio e foi muito bom. Foram ambientes de I Liga", comenta.
"São os palcos ideais que qualquer atleta gosta de jogar", acrescenta o internacional angolano, que tem 14 golos em 66 jogos realizados pelos palancas negras.

