
Martim Fernandes
AFP
Rodrigo Braga, amigo de longa data do portista, avalia o momento do lateral, que apoiou o jogador do Lamas num embate da Taça com o V. Guimarães
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Atento ao caminho de Martim Fernandes no FC Porto está Rodrigo Braga, médio-defensivo do Lamas, que passou pela Dragon Force, seguindo processo de formação no Feirense, Lourosa e Tondela. Jogador revelação nos lamacenses no Campeonato de Portugal, o atleta recebeu a visita do lateral portista aquando da eliminatória com o V. Guimarães, num sinal de amizade e proximidade, até porque o dragão tinha jogado nesse dia pela equipa B contra o Marítimo.
A cumplicidade dos dois jovens de 19 anos, que se conheceram na academia do FC Porto com 12, salta à vista e a admiração é recíproca, apesar dos presentes substancialmente diferentes.
"O Martim é um grande amigo e uma inspiração como jogador e pessoa. É fantástico ter alguém como ele tão próximo, que já anda nos grandes palcos. Eu também tenciono chegar lá um dia. Vou percebendo as dinâmicas de uma vida com esta exigência, sabendo o que se deve abdicar para se responder da melhor forma em campo", reflete. "É uma informação muito útil que estou a obter cedo. Não podendo esquecer pela carreira, conhecimento e conselhos, o Filipe Melo e Hugo Sêco", acrescenta o médio, que também atua como central, natural de Vale de Cambra.
Centrando-se no lateral do FC Porto, agora mais utilizado a partir do banco, sai uma fácil aprovação, reconhecendo batalha árdua com Alberto Costa.
"Fico muito feliz que as coisas estejam a correr bem ao Martim, pois desde pequeno era diferenciado, fisicamente sempre bem cuidado e sempre humilde. Tem um colega de equipa [Alberto Costa], a meu ver, muito capaz que o vai fazer crescer ainda mais numa luta saudável pelo lugar", atira, projetando horizontes radiosos e espírito de superação: "Vejo um grande potencial para se tornar ainda melhor do que já é. Teve sorte com a lesão, julgava-se algo pior, ele colocou logo foco na recuperação e conseguiu reaparecer cedo em tempo recorde. Mostra a sua determinação", elogia Rodrigo Braga, descrevendo atributos decisivos na afirmação do amigo na alta roda.
"Destaco nele a humildade para aprender e a motivação para trabalhar. É um monstro competitivo, quer ser sempre o melhor em tudo. No seu jogo aprecio a leitura, pois sabe quando deve acelerar ou travar. Fisicamente é muito capaz e complementa isso com velocidade. Nos duelos defensivos, sempre me pareceu muito difícil de ser ultrapassado de um para um."

"Vivi experiências que outros não puderam..."
Por sua vez, Rodrigo Braga confessa a motivação crescente com o que está a viver em Lamas, no seu primeiro ano como sénior, procurando romper com azares, em forma de maldades com a condição física. "Tenho o objetivo de jogar o mais que puder e demonstrar o futebol que não pude mostrar nos últimos anos de formação devido a duas roturas de ligamentos cruzados, uma em cada joelho", desabafa, partilhando a sintonia com o Lamas. "Este projeto pareceu-me bastante sólido, sem medo da aposta na juventude. Isso contribuiu para a escolha. Queremos a permanência, entrando nos play-off", garante o médio, que viveu jogo especial contra o Vitória. "São jogos importantes onde acabas por responder se estás ou não preparado para saltar de patamar. Eu sou bastante aguerrido nos duelos e o meu forte é com bola no pé, tanto para desbloquear a pressão adversária, como na condução ou passe", certifica o médio, feliz pela escola de FC Porto. "É algo que ajuda na tua carreira. Fez-te viver experiências que muitos outros não passaram", sustenta.

