"Marquei a Benfica, Sporting e também na final. Isso está gravado no meu coração"
Em Irapuato, no México, foi encontrado pelo O JOGO, numa chamada promovida com ajuda do filho Miguel, nascido em Portugal. Guardando memórias de Braga de 1965 a 1967 e de outra passagem em 1973/74, alcançando um total de 50 golos, Perrichon era um devorador de fraquezas dos rivais
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Perrichon! Como esquecer este nome maior da história do Braga, grande artilheiro da Taça de Portugal vencida pelos minhotos em 1965/66, faturando o golo que decidiu a entrada dos arsenalistas na galeria dos distintos vencedores da competição.
Deixara já cravada a sua inspiração no percurso bem sucedido frente a Benfica e Sporting, antes de desferir o golpe certeiro no Vitória de Setúbal, na época um clube constantemente posicionado entre os cinco melhores de Portugal. Hoje, com 82 anos, Perrichon segue pendente do que faz o Braga, ele que foi convidado de honra de António Salvador na final de 2015, viajando do México para Lisboa. Em Irapuato, no México, foi encontrado pelo O JOGO, numa chamada promovida com ajuda do filho Miguel, nascido em Portugal. Guardando memórias de Braga de 1965 a 1967 e de outra passagem em 1973/74, alcançando um total de 50 golos, Perrichon era um devorador de fraquezas dos rivais e alguém que ajudou a engrandecer o Braga quando gozava de reduzida dimensão.
"Recordo com muito carinho tudo o que vivi em Portugal e, muito particularmente, em Braga. Adorei tudo! E agora estou torcendo para que o Braga vença outra Taça, porque já ganhou essa tradição", conta o antigo avançado que chegou a Portugal para jogar no Boavista, proveniente do Sporting Punta Alta, da Argentina.
"Não me restam muitas coisas relativas ao tempo em Braga mas conservo o troféu de melhor marcador da Taça. Marquei ao Benfica, ao Sporting e também na final. Isso está gravado no meu coração, a equipa onde estive mais tempo e mais sucesso tive, a cidade onde nasceu o meu filho", relata Perrichon, definido pelos companheiros da altura pelo instinto finalizador que detinha. Era apuradíssimo! Assim nos contou o capitão Canário.
"Era incrível e muito decisivo. Tínhamos muita sorte de o ter, facilitava imensos jogos. Mas também me chateava, porque era aquele avançado sempre confiante e, muitas vezes, não passava a ninguém", confidenciou. E Perrichon até falou de Canário rebobinando o golo que fez o Braga gritar o seu orgulho no Estádio Nacional em 1966.
"Lembro-me que recebi um passe em profundidade do Luciano ou do Canário. Fiquei com o guarda-redes Félix Mourinho, pai do Mourinho, à minha mercê e consegui marcar. Bem sei que dei uma grande alegria a todos. Mas figura num jogo de futebol, permitam-me dizer, é só a bola!", atirou, rebatendo os louvores individuais e o papel determinante na conquista minhota.
"Espero que seja uma vitória contra o FC Porto. Imagino que seja um jogo difícil mas fico feliz por saber que fizeram uma boa época. Mas eu aqui espero ainda é saber de um Braga campeão. Ainda quero voltar a Braga para felicitar quem o conseguir", disse.
"No meu tempo era o Benfica que dominava. Uma equipa como o Braga vencer a Taça foi algo muito importante para o povo e para a cidade. Por isso sempre digo que a Taça de 1966 foi a mais importante, foi a primeira! E na cidade foi uma loucura comemorar isso. Nessa edição da Taça as coisas correram-me mesmo muito bem, marcava quase sempr", relembra Perrichon, agarrando memórias avulsas.
"Um abraço para as filhas de Barros Pereira, um dirigente que recordo com muito carinho. Também para as pessoas de Porto e Coimbra, porque joguei no Boavista e União de Coimbra", cita o craque argentino, nome intemporal em Braga, perguntando por sobreviventes do Jamor e lamentando a surpresa pela morte do guarda-redes Armando, falecido em 2018: "Esse era o maior brincalhão do balneário", atira Perrichon, argentino que no México fez disparar através de restaurantes a fama da parrillada.
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