Mário Figueiredo, presidente da Liga, critica duramente o Governo na declaração sobre os incidentes deste domingo no V. Guimarães B-Braga B.
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"Ontem e hoje assistimos a mais episódios graves de violência nos campos de futebol. Lamentamos e condenamos estes atos profundamente, estes atos de vandalismo e violência gratuita. Temos de colocar um ponto final na violência no desporto. Se estas situações não forem estancadas podem generalizar-se", começou por dizer Mário Figueiredo, presidente da Liga, numa declaração sobre os incidentes no Vitória de Guimarães B-Braga B e sem direito a qualquer pergunta dos jornalistas.
"A lei tem dispositivos para banir os desordeiros dos recintos desportivos. Apliquem a lei com mão pesada. A entrada deve ser interdita a desordeiros e esses desordeiros têm de se apresentar numa esquadra de polícia nos horários dos jogos. Os clubes e e os adeptos agradecem", afirmou, recordando que o novo regulamento de disciplina "pune severamente comportamentos incorretos" e que " Liga não tem deixado passar essas situações", afirmou.
Mário Figueiredo recordou que o futebol português movimentou cerca de 980 milhões de euros em transferências nos últimos nove anos, apresentando um saldo positivo de cerca de 390 milhões. Números que serviram de lançamento para um duro ataque ao ministro Miguel Relvas. "É lamentável que alguns politicos só se sirvam do futebol para passear pelas zonas VIP e que nada fazem para assegurar as condições mínimas para que o espetáculo se desenrole num clima de festa", disse, para continuar, sem se deter. "Está na altura de encontrarmos novos atores para a tutela desportiva em Portugal. Há uma aliança para destruir a liga que tem como ponta de lança os próprios responsáveis pela tutela do desporto.Essa tutela já mostrou que não é credível, que não tem autoridade e que está mais preocupada com o social do que o futebol". O presidente da LPFP citou depois declarações de Miguel Relvas, ministro que tutela o desporto, que a 14 de fevereiro garantia haver segurança no futebol e que "com um caso particular não se devia cair na tentação de generalizar", recordou.
"Mas, o senhor ministro pisa apenas os camarotes VIP, não paga bilhete e não se senta entre os cidadãos comuns. A liga e os clubes estão a ser alvo do maior ataque de desvio de receitas de que há memória, com as receitas jogos sociais e apostas online. Esse ministro prefere as luzes da festa, ambientes de poder do que olhar para a realidade. Tudo o que se consegue na vida tem de ser com transparência, verdade e responsabilidade. Nós não trabalhamos para a notícia, nem estes assuntos se resolvem em almoços, jantares ou festas", disse ainda Mário Figueiredo, solicitando com "urgência ao Governo e especialmente ao senhor Primeiro Ministro que se dignem criar as condições para devolver a paz aos campos de futebol".