Luta na tabela perdeu fulgor, mas sobram ainda marcas de Abel Ferreira, de 2017/18, para bater: 26 vitórias e 80 pontos na mira. O acesso à Champions está ainda por confirmar e essa meta alimenta-se da proximidade com máximos de vitórias e pontos. João Carlos Teixeira aplaude o rendimento desta época.
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Praticamente perdido o alento do acesso direto à Champions com a derrota na Luz, não faltam, ainda assim, estímulos ao Braga para fechar a época com sabor doce e triunfal.
Um ponto de partida motivacional para esta reta final dos guerreiros passa por duas interessantes marcas: recorde de pontos e recorde de vitórias numa edição da Liga, que até alavanquem a confiança para a final da Taça de Portugal. Não entrar em sobressalto com a segurança do terceiro posto é outra manifesta prioridade, havendo quatro pontos de conforto para o Sporting e dois jogos em casa com Santa Clara e Paços de Ferreira, que sugerem êxito.
Entre os registos internos a superar, Artur Jorge tem mira firmemente apontada a dois para reforçar o prestígio do seu ano de comando. Bater a classificação do Braga de Abel Ferreira em 2017/18 (4.º) parece linear, mas também está à vista o recorde de pontos conseguido pelo técnico do Palmeiras (75) e o número de vitórias numa só época: 24. O atual Braga tem a sua ambição pontuada em 71 pontos, tendo nove em disputa, e leva já 23 vitórias, podendo somar três triunfos.
O médio João Carlos Teixeira, agora no Shanghai Shenhua, viveu a grande campanha arsenalista com Abel Ferreira, mantendo forte vínculo ao clube onde iniciou formação.
"Foi uma temporada muito bem conseguida, era uma equipa muito forte, mas atualmente seguem alguns desses jogadores. Sinto que o Braga tem aumentado a qualidade de ano para ano, provando a sua consistência em Portugal", afirma, destacando a solidez interna.
"É um clube mais estável, que vende cada vez melhor e também investe mais. Chega a melhores jogadores, é uma equipa atrativa para muitos atletas. Não sinto que o que está a fazer seja por decréscimo dos grandes e das outras equipa. É só um Braga que cresce de forma competente", acrescenta João Carlos Teixeira, rendido ao que tem sido feito em 2022/23. "É uma época muito boa, têm jogado muito bem, é um plantel vasto e de muita qualidade, o que facilita a rotatividade. Ainda há uma semana lutavam com o FC Porto e Benfica, e continuam a ter uma final da Taça por disputar", precisa.
"Se fecharem com 26 vitórias, tendo um investimento nada comparável ao Benfica e FC Porto, é superpositivo. O Braga é aquilo que o presidente quer, tem dado estabilidade ao plantel, aumentado a sua qualidade e tentando chegar todos os anos um bocadinho mais longe. Essa é a fórmula do Braga, fazer vários campeonatos bons consecutivos e também passar a discuti-los. Ainda pode aumentar o seu palmarés, é um saldo muito positivo", frisa.
Ao lado de nove guerreiros
O médio tem a visão privilegiada da valia do Braga: jogou com Matheus, Tiago Sá, André Horta, Sequeira e Ricardo Horta; no Sporting cruzou-se com Iuri e Bruma; no Vitória com Al Musrati e em Famalicão com Banza.
"Há um bom balanço entre o coletivo e as individualidades. Tem jogadores capazes de resolver um jogo. O Ricardo [Horta] é fantástico e peça importante pela história que tem no clube. Tinham o Vitinha, mas há o Banza, que começou bem mas enfrentou a grande concorrência. Ainda tem muito para dar ao clube. O Musrati e o André Horta oferecem segurança, é um plantel recheado, a qualidade de jogo é visível. E em Bruma ganharam alguém com impacto grande no jogo, pela velocidade e duelos de um para um. E não se pode esquecer Pizzi, que conheço bem, e tem experiência na Liga".