Bas Dost Em entrevista à "Voetbal Centraal", o holandês voltou a elogiar o técnico e falou da "ajuda tremenda" que significou este compreender o seu papel de matador sem outras exigências
Corpo do artigo
Bas Dost sagrou-se o melhor marcador da Liga, com 34 golos, na época de estreia no Sporting, o que lhe valeu ainda a disputa da Bota de Ouro com Messi, que acabou por perder com alguma naturalidade. Em entrevista à publicação "Voetbal Centraal", o avançado holandês explicou o que lhe deu confiança e proporcionou um registo goleador ao nível dos melhores da Europa e do mundo, voltando a atribuir um papel decisivo ao técnico Jorge Jesus.
"Nunca fiquei satisfeito com o meu rendimento no Wolfsburgo, mas três meses depois de eu chegar despediram o treinador que me contratou, Felix Magath... A diferença para este ano é que tive um treinador que nunca se importou se eu jogava mal. Isso foi algo que ajudou de forma tremenda", comentou, referindo-se à forma como JJ lhe tirou a pressão de ter de se envolver mais no jogo, libertando-o para assumir quase em exclusivo o papel de matador... de resto, à semelhança do que Jesus fazia com Cardozo nos tempos em que orientava o Benfica.
Dost aprofundou o tema, recordando que o técnico "adaptou o sistema" para potenciar a sua capacidade de finalização. "Há muita gente a trabalhar para eu finalizar, jogadores rápidos e que cruzam bem. Jorge Jesus soube tirar o máximo rendimento de mim. O sistema construído à minha volta deu frutos", avaliou.
O 28 leonino reiterou que se sente bem em Alvalade e que não pensa em sair - até deu o passo de comprar casa, em vez do habitual arrendamento. Não perde o sono com quem desvaloriza os golos na Liga
Bas Dost gracejou com o facto de não ter uma sala de troféus em casa para colocar o prémio de melhor marcador da Liga - "Nunca precisei", atirou - e mostrou-se indiferente aos que desvalorizam os golos marcados na liga portuguesa: "Marcar 34 golos é um feito em qualquer liga. Não me interessa o que dizem. O segundo [Soares do FC Porto] só marcou 19. Ganhei à vontade!"
Sobre o futuro, numa altura em que o seu nome suscita interesse no mercado, o camisola 28 insiste na vontade de permanecer em Alvalade: "Não faço ideia se vai aparecer alguém para me contratar, vamos ver, mas não se esqueçam de que me sinto muito confortável no papel que tenho nesta equipa. Sinto-me em casa em Portugal e já comprei habitação. Estou tremendamente feliz, pelo que não tenho motivos para sair. E o clima é um extra agradável, normalmente está acima dos 20 graus. Na Holanda, quando dizem que vai estar calor, para mim já está frio."
O duelo com Messi pela Bota de Ouro foi renhido durante semanas, mas, na altura decisiva, o argentino disparou e deixou Bas Dost irremediavelmente para trás. O internacional holandês reconhece que a disputa deve ter sido uma surpresa para o jogador do Barcelona: "Foi uma infelicidade ter sido na era de Messi. Cheguei a estar à frente, mas quando estava a ficar excitante, ele fartou-se de marcar. A determinada altura dá para acreditar. Estou orgulhoso. Não sei como ele viu o nosso duelo, mas certamente o nome Bas Dost diz-lhe pouco."