Central falou ao grupo após o jogo com o Fulham e lembrou que há três troféus que o FC Porto tem de conquistar. Já se comporta como capitão
Corpo do artigo
A roda do FC Porto é sempre um momento de intervenção em que Sérgio Conceição escolhe alguém para exteriorizar uma mensagem espontânea. Por norma, o técnico elege um jogador para o qual, para o bem ou para o mal, o jogo em causa tenha sido marcante. Já deu a palavra a estreantes, aos miúdos, a quem foi decisivo e até a quem correu particularmente mal o jogo.
Marcano regressou e de imediato foi reconhecido pelos companheiros como um dos líderes do balneário do FC Porto
O que o treinador pretende é que quem fala deixe marca e que isso tenha repercussões futuras no rendimento da equipa. Anteontem, no final do jogo com o Fulham, Marcano foi chamado ao palco na primeira roda da temporada.
Segundo o que O JOGO apurou, o central não teve qualquer problema em puxar dos galões, olhando nos olhos dos mais novos e dos reforços, para exigir títulos. "Este [Troféu Municipal de Albufeira] é apenas o primeiro troféu, mas temos mais três para conquistar e é isso que queremos", disse, de frente para um plantel de 29 jogadores, toda a equipa técnica e mais duas dezenas de pequenos portistas do Algarve. Falava de Campeonato, Taça de Portugal e Taça da Liga, claro está, ainda que no fim de semana a equipa dispute mais um troféu particular, no caso a Copa Ibérica.
Sérgio Conceição aproveitou para reintroduzir o espanhol na lista de capitães do FC Porto e dizer ao grupo, de forma explícita, que Marcano passa a ter voz de liderança. De uma assentada, permitiu também ao central reassumir a posição que era dele em 2017/18, época do título portista e da qual restam, para já, 12 outros campeões.
Entre reforços, miúdos ou regressados, Conceição tem 14 caras novas a treinar. Foi para essas que Marcano mais falou
Marcano disse mais algumas coisas, especialmente no elogio ao trabalho de todos, mas sempre em jeito de responsabilização e com muita ambição. O FC Porto 2019/20 não admite outra coisa que não voltar a ser campeão depois de perder para o Benfica em 2018/19. "Recuperar o que é nosso" é uma espécie de lema para a época, que os mais antigos têm repetido, para que as caras novas (Saravia, Zé Luís, Nakajima, Luis Díaz...) ou os miúdos da formação saibam que não há margem para outro resultado.
Depois de Marcano falar, todos bateram palmas. E Conceição chamou outro central, neste caso Diogo Queirós, para encerrar o momento de comunhão. "Quem é que tem a voz grossa?", perguntou. "Gritas tu, Diogo", acrescentou, para a boa disposição geral de uma plateia que até já se tinha rido quando o treinador pediu a Nakajima para falar... antes de cancelar porque o japonês não fala português, nem inglês.
Marcano saiu reforçado do jogo de Albufeira. De uma só vez percebeu que os adeptos o apoiam, entendeu que continua a ser um dos homens de confiança do treinador e ficou agradado por perceber que o resto do plantel já o reconhece como um dos capitães.
Líderes: Marcano, Pepe, Alex e Corona são os braços-direitos do capitão Danilo
A jogar é Pepe quem comanda
Marcano fez quase 60 minutos ao lado de Pepe a alto nível, numa defesa nova por comparação com a do ano passado (Diogo Costa, Saravia, Marcano não estavam e Pepe nem sempre foi primeira opção).
O internacional português, que depois de Casillas sair passou a ser o mais velho do grupo (36 anos) foi quem liderou o setor e lhe deu a voz de comando. Os dois centrais estão habilitados para o fazer, mas Pepe é quem joga mais perto do lateral direito, que na prática é o corpo mais "estranho" da linha e aquele a quem os alertas devem chegar de forma mais próxima e permanente.
Na época passada, já agora, era Felipe quem "gritava" para a equipa subir, baixar, encostar, jogar no fora de jogo, etc. Pepe fê-lo com o Fulham.
11112845