Manuel Fernandes morreu esta quinta-feira, aos 73 anos, na sequência de doença prolongada.
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O ex-futebolista e treinador Manuel Fernandes morreu esta quinta-feira, aos 73 anos, na sequência de doença prolongada.
Manuel Fernandes, nascido em Sarilhos Pequenos, na Moita, em 05 de junho de 1951, notabilizou-se como jogador, sobretudo, ao serviço do Sporting, que representou entre 1975/76 e 1986/87, tendo passado ainda por Sarilhense, CUF e Vitória de Setúbal.
Pela seleção principal, o jogador que conseguiu um ‘póquer’ nos 7-1 do Sporting ao Benfica, em 1986/87, disputou 30 jogos, com sete golos.
Como extremo direito, deu os primeiros pontapés no clube da terra, o 1º de Maio Sarilhense, e logo deu nas vistas, saltando para o Grupo Desportivo da CUF. Aí, tornou-se profissional aos 18 anos.
Seis épocas e 43 golos depois, esteve com um pé e meio no FC Porto. Nesse ano de 1975, contudo, acabou por mudar-se para o clube do coração, o Sporting, “ajudado” pelos ventos de mudança soprados pelo 25 de Abril: em 72 os ‘leões’ quiseram levá-lo, mas o dono da CUF impediu a saída.
Mais tarde, em 1980, também teve hipótese de se mudar para o Benfica. Um dirigente dos ‘encarnados’ acenou-lhe com um chegue cujo valor era superior a tudo quanto ganhou em 12 anos no Sporting.
“Tremi, mas não vacilei”, afirmou, em 2011, em entrevista à Lusa. “Eu adorava tanto o Sporting que para mim era impensável jogar num rival que, como sportinguista, nunca gostei. Hoje, se calhar, tenho uma maneira diferente de ver as coisas. Mas na altura senti que nunca podia representar o Benfica”, acrescentou.
Nessa mesma conversa, lembrou o quão gostava do Sporting: quando jogava pelo clube do Barreiro, ao intervalo ia perguntar ao roupeiro qual era o resultado dos ‘leões’. Era
À Lusa, resumiu a carreira num balanço repartido por duas entrevistas.
“Não fico na história do Sporting por causa dos 7-1, mas pelo que fiz ao longo de 12 anos no clube, embora este jogo com o Benfica tenha sido algo inesquecível, marcante para a vida, mesmo para os benfiquistas”, realçou, em 2016.
Antes, em 2011, admitiu que, mesmo não tendo conquistado títulos internacionais pelos ‘leões’, se sentia protagonista de algo único.
“Para um miúdo que veio de Sarilhos Pequenos para jogar nem que fosse uma vez no Sporting, ter feito 600 jogos no velhinho estádio de Alvalade, onde sou o jogador com mais golos marcados, é uma coisa inédita”, rematou.