O antigo presidente do Beira-Mar é arguido no chamado "caso das piscinas" e incorre num crime de burla qualificada.
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O antigo presidente do Beira-Mar, Mano Nunes, foi constituído arguido no chamado "caso das piscinas" e incorre num crime de burla qualificada. Hoje, vai ser ouvido para conhecer as medidas de coação. Mano Nunes usou o Facebook para se explicar: "Informo que fui constituído arguido no processo das piscinas e aguardo que me sejam instauradas medidas de coação", escreveu ao princípio da noite, depois de um comunicado da Polícia Judiciária (PJ) que não mencionava o seu nome mas que acabou por conduzir à suspeita. "A avaliar pelo comunicado (...) parece que lamentavelmente a Polícia Judiciária gosta de tratar destes assuntos na comunicação social".
Mano Nunes mostrou "total disponibilidade" para prestar esclarecimentos à justiça e afirmou-se de "consciência tranquila". "Todos os que me conhecem sabem que não beneficiei absolutamente nada com esse negócio, o qual só se realizou porque era indispensável para a sobrevivência imediata do Beira-Mar. Ainda hoje estou a pagar à banca, do meu bolso, uma dívida do clube desse tempo", escreveu.
Em 18 de julho de 2009 Mano Nunes era líder do Beira-Mar em Comissão Administrativa e comprou à Câmara de Aveiro o terreno onde estavam instaladas as piscinas do clube por um milhão e 200 mil euros. Segundo o comunicado da Polícia Judiciária (PJ), o "arguido (...) mediante artifício fraudulento, ter-se-á apropriado ilicitamente de cerca de um milhão de euros, correspondente ao preço do terreno". Pela venda do terreno, a Câmara recebeu um cheque do clube que não conseguiu descontar, alegadamente, pela falta de uma assinatura, precisamente, de Mano Nunes. Do milhão e 200 mil euros da venda do terreno, a autarquia apenas recebeu, em 23 de dezembro de 2009 e já sob a liderança do atual presidente, António Regala, 200 mil euros.