Extremo somou contra o Portimonense os primeiros minutos na equipa A, mostrando-se versátil como ala em momentos de maior aperto.
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À sexta vez que foi ao banco (antes com FC Porto, Ajax, Estoril, Famalicão e Gil Vicente), Geny Catamo estreou-se pelo Sporting, entrando aos 60" do jogo com o Portimonense.
O extremo, que chuta, dribla e cruza com o pé esquerdo, foi para a ala direita procurar o jogo interior e também a imprevisibilidade no 1x1. Sem que tenha acertado todos os passes, Geny cumpriu a defender, com o posicionamento adequado para quem, durante a carreira, foi sempre um atacante.
Catamo tem treinado com a equipa A em várias ocasiões, fez a pré-época e aproveitou sempre as chances para aprender, detalhadamente, o que Rúben Amorim pede aos jogadores. Em Alcochete, Geny surpreendeu pela forma como evoluiu nas decisões com bola e como compreende agora o jogo.
Aos 20 anos, junta-se a Porro, Esgaio, Tabata, Gonçalo Esteves e Matheus Nunes, que já fizeram a ala direita do Sporting, e mostra-se mais cedo nos grandes palcos do que em Alcochete se acreditava. O moçambicano, natural de Maputo, veio de África para abraçar uma carreira de futebolista e cumpriu no Amora, em 2018/19, sete jogos. As boas ligações entre o clube da margem Sul do Tejo e os leões possibilitaram um acordo por Geny, com alguns outros atletas incluídos, e o extremo completou a formação em Alcochete, marcando nove vezes em 25 jogos.
Ainda assim, algumas lesões tiraram-no de cena e nunca foi preponderante na equipa B, em 2020/21, na qual fez 17 jogos, 12 deles a partir do banco. Exibia qualidade individual, mas também inconsistência e falhas no último passe e no trabalho defensivo. Geny morava no Montijo, chamava diariamente um transporte individual para chegar a Alcochete, pois não tinha carta de condução, e sempre foi recatado, o que lhe dificultou a afirmação. Um empréstimo esteve em cima da mesa, mas os responsáveis leoninos entenderam que, por ser pacato, beneficiaria de continuar no mesmo ambiente, assim ficando vigiado de perto pelo técnico leonino.
Moçambicano é o 13.º de Amorim
Na semana transata, Geny Catamo saiu aos 33" do jogo da equipa B com a União de Santarém. Apesar da lesão, Rúben Amorim recordou o internacional moçambicano (13 jogos, dois golos) após a vitória contra o Casa Pia: "Acredito muito no Geny", disse sobre o jovem com cláusula de rescisão de 60 M€. Foi assim o 13.º jovem lançado por Amorim em menos de dois anos. Depois de em 2019/20 ter apostado em Eduardo Quaresma, Nuno Mendes, Tiago Tomás, e Joelson, seguiu a linha da formação estreando Gonçalo Inácio, Daniel Bragança, Essugo e Tomás Silva na época passada e Nazinho e João Goulart na presente. Matheus Nunes (lançado em 2019/20) chegou aos leões já maior de idade e Gonçalo Esteves, proveniente do FC Porto, deu o salto: foi à Youth League pelos juniores, mas com 17 anos até já jogou na Champions.