Dois dias depois de ter caído da Liga dos Campeões, Luís Filipe Vieira chamou Bruno Lage e o seu empresário, Jorge Mendes, à Luz e passou para o papel a confiança que deposita no treinador apesar do fracasso na prova milionária
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O treinador dos encarnados renovou contrato horas depois do afastamento da Liga dos Campeões e poucos dias após ter aumentado a vantagem a nível interno graças ao empate do rival FC Porto. A águia voa cá dentro, chovem prémios, mas aterrou lá fora no novo poleiro da Liga Europa.
Bruno Lage até 2024
Dois dias depois de ter caído da Liga dos Campeões, Luís Filipe Vieira chamou Bruno Lage e o seu empresário, Jorge Mendes, à Luz e passou para o papel a confiança que deposita no treinador apesar do fracasso na prova milionária, que obriga os encarnados a fazer outro tipo de contas. Vinculado até 2023, o técnico somou mais um ano à ligação e duplicou o salário, passando dos 500 mil euros para um milhão por ano, mas manteve a cláusula de rescisão nos 20 milhões de euros. O processo arrastava-se há meses, mas acabou por ser concluído nos "timings certos", segundo considera Lage, que também já brincou com o facto de ser como que um senhor 20 milhões, e não olhou a rivalidades quando apontou o adversário mais complicado que já enfrentou.
Zenit ou uma goleada à tangente
Antes da renovação de Bruno Lage, o Benfica recebeu o Zenit, na última ronda da Liga dos Campeões e já sem possibilidades de seguir em frente na competição, embora pudesse ter feito mais, como comenta Jorge Maia. O terceiro lugar que dava acesso à Liga Europa passou a ser o objetivo definido, mas que implicava contas, como se percebeu ao longo do jogo dados os ecos de Lyon, onde um triunfo do Leipzig "permitia" ao campeão nacional depender de um triunfo magro sobre os russos, mas com o empate dos franceses a obrigar a um resultado mais expressivo. O Benfica, com uma exibição consistente marcou um, dois, três e parou aqui, mesmo no limiar de uma eliminação que ficava à distância de um golo do Zenit. Não aconteceu e com esta goleada à tangente, que teve ecos lá fora, as águias voam para a segunda competição da Europa, onde serão cabeças de série no próximo sorteio.
Uma cueca a correr Mundo
Bruno Lage manteve na receção ao Zenit o onze que goleou o Boavista, o que significou manter a nova dupla do miolo, Gabriel e Taarabt, que até saiu ilesa ou com alguma distinção do duelo na Liga dos Campeões, nomeadamente o marroquino. Além da capacidade de circulação de bola que apresentou, Taarabt mostrou estar de volta aos bons velhos tempos, quando era conhecido em Inglaterra como o rei das "cuecas", tal o número de vezes em que fazia passar a bola por entre pernas dos adversários. Ante os russos, fê-lo por três vezes, mas uma delas, destacada pelo comentador Luís Freitas Lobo, caiu no goto da UEFA.
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No final do encontro, o camisola 49 demonstrou a confiança que sente também nas palavras.
Vinícius chega cá dentro
Se o Benfica sentiu dificuldades na Liga dos Campeões, por falta de mentalidade, e acabou afastado dos oitavos de final, já na principal competição nacional continua a voar sem dificuldades e com uma perseguição mais à distância devido ao empate do FC Porto com o Belenenses. Os encarnados, por seu lado, deram a volta ao Boavista, por 4-1, no Bessa, contando com um bis do avançado do momento, Carlos Vinícius. O brasileiro que passou à frente de Raúl de Tomás e Seferovic apontou o 13º golo da temporada e devorou os prémios da Liga. Os treinadores das equipas nacionais escolheram-no como melhor avançado de outubro e novembro e melhor jogador da Liga no mesmo período ou não fosse ele um goleador com números cirúrgicos, superiores a dianteiros de alto calibre. O ex-Nápoles e ex-Rio Ave e ex-Real (Massamá) está satisfeito, mas quer mais.