"Lucas Veríssimo? Vamos tomar um bom vinho ou uma caipirinha e se for bom para todos..."
Após as afirmações polémicas no Brasil, a O JOGO o novo presidente do Santos reforçou que a proposta encarnada "é má", pois os prazos de pagamento "são muito extensos", mas promete "conversar" com Vieira.
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O Benfica estava a contar com a contratação de Lucas Veríssimo para janeiro, mas a intenção esbarrou contra um muro que se ergueu na Direção do Santos, com o novo presidente a manter a intransigência já registada até aqui pelo Conselho Fiscal do emblema paulista.
Aliás, Andrés Rueda, poucos dias depois de ter sido eleito novo líder santista, já disparou contra os encarnados declarações que colocam em causa a vinda do central de 25 anos.
"No momento certo vamos sentar com o jogador. Ele tem todo o direito de querer o melhor para a sua carreira, sempre que respeite a posição e os direitos do clube. Pelo que vimos, essas propostas que foram apresentadas pelo Benfica e que foram negadas pelo nosso Conselho Fiscal eram, no meu entendimento, um insulto ao Santos", disse Andrés Rueda, em entrevista à Rádio Omega.
O novo líder do Peixe referia-se à oferta do Benfica que ascende a 6,5 milhões de euros, com um pagamento inicial de 1,3 milhões e o restante em mais quatro parcelas, de 2022 a 2025. "Eu fazer uma oferta por um jogador e dizer que pago em cinco ou seis anos... Isso é querer aproveitar-se de uma situação que infelizmente o clube expôs para o mundo. Estávamos com um pires na mão. Roupa suja lava-se em casa. A situação financeira é interna, é dos sócios, não para o mundo. Caso contrário entra sempre em desvantagem", acrescentou Rueda.
O prazo de pagamento da transferência continua a ser o obstáculo. O anterior presidente interino, Orlando Rollo, que se mantém em funções até dia 31, aceitou a proposta, mas o Conselho Fiscal, em dois momentos, rejeitou-a. "Não temos jogadores inegociáveis. É sentar à mesa e fazer proposta formal. Se for bom para o clube e para o jogador, faz-se, senão não se faz. O clube não pode negociar com o pires na mão", refere Andrés Rueda, que apenas irá tomar as rédeas do Santos no primeiro dia do ano, data em que tratará do tema. Não fecha a porta a um acordo com o Benfica, mas espera que o seu homólogo da Luz, Luís Filipe Vieira, reformule a oferta. Porém, segundo apurámos, na Luz continuam a confiar na vontade do defesa, com quem as águias já firmaram um acordo até 2026, quando o líder das águias esteve em São Paulo.
Sem achas na fogueira e com um bom vinho
A O JOGO, Andrés Rueda, mantendo o desagrado pela oferta - "o pagamento é a cinco anos, que agora é prática no futebol, e isso não agrada. Os prazos são muito extensos", atirou -, garantiu que o Santos vive um momento "não muito confortável", mas realçou que o clube "não está desesperado para vender, nem com a faca no pescoço". E apesar de reforçar que "o prazo de pagamento era um dos maiores problemas" da oferta encarnada, jogou à defesa quanto à forma como a classificou. "O que disse foi como conselheiro e não presidente. Só tomo posse dia 1 de janeiro. Agora, como conselheiro, considerei a proposta má", revelou, acrescentando: "Porquê um insulto? São coisas no contrato. O presidente do Benfica ficou bravo comigo, não quero deitar mais lenha na fogueira."
"Não conversámos ainda, não me sinto eticamente à vontade. Ainda sou só conselheiro. A partir de dia 1 vou conversar com ele e esclarecer isso, não foi nada contra a posição dele. A negociação até dia 31 tem de ser gerida pelo ainda presidente, o Orlando Rollo", disse, prometendo que "se o interesse do Benfica se mantiver vamos conversar". "Vamos tomar um bom vinho ou uma caipirinha e se for bom para todos não temos intenção de travar ninguém", concluiu.