Lusitano de Évora na Liga 3: "O nível subiu, mas acredito muito no que estamos a fazer"
Cassiano, central e capitão, aborda a estreia na Liga 3 e recorda as primeiras palavras que ouviu sobre o Alentejo. Brasileiro de 31 anos está a cumprir a terceira temporada nos alentejanos. Festejou o título do Campeonato de Portugal em 2024/25, naquela que diz ter sido a "melhor época da carreira".
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Quatro pontos em cinco jogos pintam um início titubeante do Lusitano de Évora na Liga 3. No entanto, é bom lembrar que os alentejanos estão a cumprir a temporada de estreia no terceiro escalão, depois de na época passada terem vencido o Campeonato de Portugal. De resto, a equipa até vive uma boa fase, com dois jogos sem perder: triunfo por 1-0, diante do Serpa, na Taça de Portugal, e empate a um golo na Covilhã, na última jornada da série B.
Cassiano, central e capitão que faz o terceiro ano seguido em Évora, acredita na permanência. "Sabíamos que a Liga 3 ia ser muito mais difícil do que o CdP. O nível subiu, mas acredito muito no que estamos a fazer e na ideia do treinador", enfatiza. "Temos consciência que o campeonato é longo e que no final vai sorrir para nós. Acredito plenamente na permanência", sustenta.
Apesar de ter três derrotas no campeonato, todas foram pela margem mínima (1-0) e Cassiano explica-o com alguma "ansiedade" por ser o ano de estreia na Liga 3. "Os detalhes fazem muita diferença e estamos a aprender que os erros são pagos de uma forma cruel. Temos errado pouco, mas seguimos de cabeça erguida e não olhamos para o copo meio vazio, mas sim meio cheio, isto é, para o que estamos a fazer bem", atira. A responsabilidade em 2025/26 aumentou depois de uma temporada "linda". "Foi uma época à parte. Tudo aconteceu de forma natural, incrível... o presidente foi muito inteligente, trouxe jogadores que já se conheciam e deu tudo certo", elogia.
Cassiano chegou a Portugal em 2020, vindo do Grémio Anápolis (Brasil), para jogar no Penafiel, onde acabou, apenas, por realizar uma partida. "Cheguei no ano do covid. Tive de ficar 20 dias em isolamento, porque um amigo que tinha vindo comigo estava infetado. A adaptação foi complicada. Saí de uma zona quente do Brasil para vir jogar para uma zona fria e húmida. Senti muito a diferença", lembra. Em 2021/22, mudou-se para o União de Santarém, onde cumpriu duas temporadas, até assinar pelo Lusitano. "Acolheram-me bastante bem. Fiz um bom campeonato, continuei no Santarém e depois surgiu a oportunidade de ir para Évora. Não conhecia nada do Alentejo, mas o Palancha, que já tinha jogado comigo, dizia que o Alentejo era quente e diferente", explica. "Apesar do clima extremo, porque tanto faz muito calor como muito frio, as pessoas são bastante calorosas. O meu filho nasceu em Évora, é sócio do Lusitano e isso deixa-me mais feliz e orgulhoso por representar este clube", conta.
A braçadeira e as fotos para mostrar ao filho
A vinda para Portugal ajudou Cassiano a construir família e, tal como o central contou na peça ao lado, o filho do brasileiro nasceu em Évora. Ser capitão do Lusitano serve de inspiração. "É uma responsabilidade muito grande. A história do clube é grandíssima e é um orgulho enorme. Daqui a uns anos, o meu filho vai ver fotos do pai a jogar e a ser capitão no clube da terra onde ele nasceu. A minha responsabilidade aumenta", conta, com um sorriso, o defesa-central.