No final da partida, Luisão esteve a falar com os jogadores do Benfica em tom mais exaltado. O treinador Jorge Jesus diz que não se tratou de uma reprimenda, mas apenas de uma conversa em que o antigo capitão das águias mostrou tristeza pela final perdida.
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Onde esteve a chave do jogo: "Num FC Porto mais eficaz. Foi um jogo equilibrado, a primeira meia hora fomos a equipa com duas situações onde podíamos ter criado situações de golo, de dois contra um. Não direi que podia ser golo, mas temos de definir as jogadas até ao fim. Com o penálti o FC Porto ficou mais seguro. Na segunda parte fomos mais próximos do que somos, com mais bola. A diferença está na decisão. Não houve grandes oportunidades, mas as que poderiam finalização, o FC Porto concretizou. Quem concretiza é quem sai vencedor."
Sente que falhou? "Tinha dito que esta final é importante, porque era um título, o primeiro da época, mas que face aos objetivos principais não era prioridade. Mas era uma prioridade ganhar o primeiro título... O FC Porto foi mais consistente, soube aproveitar melhor as oportunidades, tem mais experiência, de três, quatro anos a jogarem juntos."
O Benfica está distante de ser uma equipa à Jorge Jesus. Admite mudar? "Tem corrido mal... Correu mal hoje. Não vencemos a final nem somos primeiros no campeonato - só se for por aí. E por aí tudo bem. Mas o que importa é que estamos na 10.ª jornada, não ganhámos uma final, que é um jogo. Senti uma equipa mais oportunista, com um conteúdo mais consolidado em relação ao nosso."
Reprimenda do Luisão aos jogadores no final: "Não deu reprimenda nenhuma. Não gosta de perder. Ele como capitão da equipa há vários anos estava triste, como eu e o Rui [Costa]. Naquele momento deu uma opinião, mas não deu uma repreensão. Disse que foi a primeira final que perdemos, que é para aprendemos e que Benfica é Benfica."
Ainda não conseguiu passar a mensagem? Falta qualidade? "Estamos à procura de voltar a ter hegemonia em relação aos nossos dois rivais, hoje tivemos a oportunidade para mostrar isso... Ao longo destes quatro, cinco meses, tivemos situações de muita qualidade, fomos intermitentes, mas andamos à procura das nossa ideias. Quando a janela de mercado abrir... Nós acreditamos nestes jogadores. Não foi por esse motivo, pelas individualidade; foi pelo aproveitamento. Fomos competitivos como o FC Porto, mas eles foram mais experientes."
Teve a sensação que o FC Porto foi sempre melhor? "Não fomos menos que o FC Porto. Fomos algumas vezes menos que o FC Porto. Até ao penálti fomos iguais ao FC Porto e na segunda parte fomos muitas vezes melhores que o FC Porto. Tivemos hipóteses de bola parada e fomos uma equipa que durante o jogo foi melhor, sem conseguir fazer a diferença."
Readaptação mais difícil do que imaginava? "Não. No futebol brasileiro não foi fácil. No Flamengo também perdi a primeira decisão, ainda que três semanas. É uma questão de trabalhar em cima das nossas convicções, conhecer melhor os momentos do jogo. Ainda não conseguimos, mas hoje a final, perdemos não porque o FC Porto fosse superior, só nos momentos decisivos."