Guarda-redes pretendia rumar a outras paragens para jogar mais vezes, mas está determinado a mostrar valor e a pressionar Adán.
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Gorada a saída para a Udinese que, entretanto, contratou Marco Silvestri devido à falta de entendimento com o Sporting, Luís Maximiano está resignado e disposto a permanecer em Alvalade para batalhar pelo lugar na baliza dos leões.
Mesmo tendo noção da dificuldade da tarefa devido ao peso que António Adán tem como titular - na época passada o guardião espanhol foi a primeira escolha de Rúben Amorim em 37 dos 42 jogos oficiais, ficando Max com apenas cinco presenças - o português encontra-se determinado fazer por ganhar a posição da qual foi o maior dono em 2019/20. E tem nas taças a esperança de somar minutos e tentar convencer Amorim.
Na pré-temporada já se mostrou em bom nível para não dar descanso ao espanhol dono da baliza. A prioridade de Maximiano neste defeso era mesmo sair mas o mercado tem vindo a revelar-se complicado para o jovem guardião leonino. A porta da Udinese fechou-se após o Sporting ter recusado propostas na ordem dos cinco milhões de euros e a Sampdória, que esteve perto do acordo há um ano para uma cedência com opção de compra, desta vez já nem encetou conversações e não avançou por um atleta que continua, porém, no seu radar. Assim, e salvo alguma novidade que entretanto permita ao guarda-redes sair, o presente passa mesmo por ficar, tendo o guardião dado boas indicações durante a pré-época, onde participou em quatro dos oito embates.
Aos 22 anos, jogar é da máxima importância para Luís Maximiano e, quem trabalhou com ele de perto, sabe que se trata de um jovem ambicioso. Alexandre Santos, ex-técnico nos sub-23 do Sporting, fala a O JOGO de um atleta que "se desafia". "Maximiano pode querer sair. É um guarda-redes que não deixa dúvidas, mas foram buscar outro o ano passado. Precisa de jogar e não há grande hipótese agora. Na baliza só joga um. Da maneira como Adán se tem mostrado, é normal que o Max procure sair para poder jogar mais vezes. Isso [sair] será positivo para ele, mas se for para jogar ao alto nível. Ele tem capacidades para se afirmar, já mostrou ter qualidade e respondeu positivamente, mas precisa ganhar mais tempo de jogo, o que não está fácil no Sporting por mérito do Adán", afirma Alexandre Santos, antes de enaltecer o esforço de Maximiano. "É um jovem com muita vontade de evoluir, mas só jogando o conseguirá. Não me admira que queira ser titular noutro lado em vez de ficar anos como suplente. Max é um guarda-redes que se desafia. Quando vinha aos sub-23 deixava claro que se queria afirmar e foi muito importante para a equipa", recordou o técnico daquela equipa em 2018/19, que acredita num futuro risonho no estrangeiro: "Gosta muito do Sporting e o Vital é grande treinador [de guarda-redes]. Mas, querendo jogar e se tem mercado internacional..."
Destino Decisão e leitura de jogo facilitam adaptação a Itália
Para Alexandre Santos, emigrar não deverá ser um problema para Maximiano, ele que tem capacidade para encaixar, por exemplo, em Itália. "Maximiano vai ser um grande guarda-redes. Os portugueses estão adaptados ao futebol internacional e, em particular para os guarda-redes, é mais fácil. Há muito trabalho defensivo, mas ele está habituado a isso e não o vejo com dificuldades em adaptar-se ao futebol italiano. Fisicamente não é tão imponente como outros, mas tem a capacidade de decisão, a leitura de jogo e, numa ou duas situações, faz grandes defesas. Max não consegue ser bom apenas nalguns momentos, mas em todos", garante o técnico que frisa que apesar de Max "estar num grande clube, não precisa de Portugal para fazer carreira."