Declarações de Luís Campos, diretor desportivo do PSG, no primeiro dia do Thinking Football.
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Estádios com pouco público: “Uma das interrogações que fazemos é ver muitos estádios vazio. Eu lembro-me que quando cheguei ao futebol francês, tínhamos muito menos público, discutia-se menos futebol e vi uma promoção enorme nesse sentido em França, com melhores estádios, com mais gente nos estádios, com mais gente a viver o jogo. E isso dá nos um input muito grande para que o futebol francês pudesse crescer. Mas as questões que me ponho estando fora e não estando cá, é porque em Portugal temos muito pouca gente nos estádios. É verdade que temos o Benfica, o FC Porto e o Sporting, que estão sempre cheios, mas muitas vezes entristece-me quando ligo a televisão e vou ver um jogo português ou quando me desloco para observar um jogador ou um treinador em Portugal e encontrar muitos estádios vazios. Provoca-me alguma inquietação”.
Jogadores portugueses adaptam-se bem ao futebol francês: “Penso que eles beneficiam muito do facto de serem grandes conhecedores do jogo. Portanto, quando o treinador lhes pede uma determinada tarefa, o jogador português é, por norma, capaz de rapidamente responder positivamente à exigência do treinador. Por questões de educação, por questões de trabalho, com treinadores que os ajudaram a compreender melhor o jogo e, portanto, essa é de facto, uma das características que tornam o jogador português muito interessante. Talvez sejamos os melhores do mundo ou estejamos entre os melhores do mundo ou lá perto. Neste momento trabalho com treinadores estrangeiros e percebo a alegria que eles têm quando rapidamente percebem que o jogador português é completo no entendimento do jogo. Provavelmente, não somos os melhores fisicamente. Somos baixinho. Mas também somos temos uma agilidade mental e uma capacidade de entender o jogo que nos ajuda a triunfar lá fora e que nos ajuda a completar carências que possam existir nas equipas. Ao mesmo tempo, o português, por natureza, é emigrante. Eu que viajo quase todos os dias, encontro portugueses por todos os lados do mundo. Nós temos essa facilidade. Há povos que não conseguem, têm dificuldades em sair da casa-mãe. Há outros como nós e, como é o meu caso, que só temos essa capacidade de mudança. Faz parte, talvez da nossa genética de mudar, de país, de mudar de cultura, de nos adaptarmos facilmente. Falamos mais rápido do que ninguém outras línguas. Tudo isto nos ajuda. Eu penso que a genética portuguesa também nos favorece imenso.
Renato Sanches com várias lesões: “Conheço o Renato Sanches há muito tempo. Talvez seja das pessoas que melhor o conhece. É um miúdo adorável e uma pessoa fantástica. É um jogador fabuloso. Infelizmente está numa fase... as lesões acontecem. Todos os clubes tentam ajudá-lo no para que as leões não voltem a acontecer. Há trabalho a fazer com o Renato. Se o Renato fosse uma má pessoa, um mau profissional, penso que já estaria largado deste mundo. O Renato é um grande jogador, uma grande pessoa e vai passar esta fase com a ajuda de todas as pessoas que gostam dele.
Impacto de João Neves no PSG: “Não quero particularizar. Contar com o João Neves é contar com mais uma solução não só técnica mas também de uma agilidade e dinâmica que permitem ao nosso treinador manter o nível de jogo elevado mais tempo. Eu não contrato um jogador que o treinador não queira, pela idade. Se tiver 16 anos e for competente, será contratado, 35 igual, Também não contrato pela nacionalidade. Aquilo que procuramos é encontrar capacidade de resposta coletiva, equilíbrio e um puzzle perfeito.”
Últimos negócios entre PSG e Benfica geraram críticas dos adeptos pelas lesões dos jogadores: “Percebo, porque é um facto real. Aconteceram, são coisas que acontecem.Nenhum de nós pensava que o Bernart se iria lesionar. Ninguém ia imaginar que o Draxler se ia lesionar. O Renato agora... mas vai tudo ser ultrapassado.
Se Gyokeres pode ser uma boa solução para o ataque do PSG após saída do PSG: “Estamos muito contente com o Gonçalo Ramos e ele está muito contente com o clube. O treinador também está feliz com o Asensio. Apostámos numa solução de continuidade. Os jogadores precisam de tempo, precisam de se adaptar ao clube, que é um clube altamente exigente. É um clube que quer ganhar todos os jogos e quer ganhar, se possível, por muitos. Tem de ter os melhores, os melhores.