Luciano Gonçalves: "Quem gosta de futebol não pode dizer que o VAR não veio para ajudar"
Presidente da APAF frisa "mais-valia" do VAR e pede "compreensão" a todos.
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O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, destacou, esta quinta-feira, a importância do videoárbitro (VAR), discordou da chamada de árbitros estrangeiros para dirigir jogos nacionais e mostrou-se favorável à revelação dos áudios do VAR.
À margem das Jornadas Anuais da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que decorre em Braga, o dirigente salientou que, na prática, o diálogo entre os principais intervenientes do futebol português "não tem acontecido com a rapidez ou a efetividade que todos achariam desejável" para a sua pacificação.
"A arbitragem vê o VAR como uma mais-valia, isso é inevitável. Existem processos que têm que ser melhorados, tem que haver cada vez mais formação, mas quem gosta verdadeiramente de futebol e de desporto não pode dizer que o VAR não veio para ajudar. Existem dores de crescimento que só é possível ultrapassar com a abertura e vontade de todos. É isso que a arbitragem tem que fazer, trabalhar mais, formar mais e tentar eliminar cada vez mais os erros, é isso que vamos exigindo aos árbitros, também pedindo a compreensão a todos os outros intervenientes", disse.
O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, pediu o fim do VAR após a derrota caseira dos dragões com o Gil Vicente (2-1), na última jornada da I Liga, o que motivou uma comunicação da APAF para o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), mas Luciano Gonçalves notou que não pessoaliza a questão.
"Não tem a ver com Pinto da Costa, com Rui Costa [presidente do Benfica], [Francisco] Varandas [presidente do Sporting] ou [António] Salvador [presidente do Braga], tem a ver com ser posta em causa a seriedade e idoneidade das pessoas, não podemos compactuar com isso. Nas três últimas jornadas, há situações de três clubes diferentes, mas isso é completamente indiferente para nós. O nosso procedimento, desde 2016, quando se ultrapassam algumas marcas, é enviarmos para o CD e ele que decida", disse.
O líder dos árbitros reforçou que "a crítica faz parte" e que é preciso "aceitá-la com naturalidade", ainda que ressalvando que não podem ser "levantadas suspeições que ponham em causa a honorabilidade das pessoas".
"Se as críticas forem feitas de forma tranquila e educada, só faz com que possamos crescer, porque não existe nenhum árbitro que goste de ser falado durante uma semana por um jogo ter corrido mal", disse.