Declarações do presidente do Conselho de Arbitragem no Portugal Football Summit
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Luciano Gonçalves, presidente do Conselho de Arbitragem, marcou presença no Portugal Football Summit, onde fez um balanço positivo no cargo. "Apanhámos quatro meses com a época a decorrer e seguimos as estratégias do anterior Conselho de Arbitragem, pouco a pouco fomos implementando as nossas ideias. Uma das nossas prioridades era separar a parte técnica e só a partir de 1 de julho é que o nosso Diretor Técnico [Duarte Gomes] começou a pegar no tema, é algo que ainda está a ser, não diria, difícil, mas desafiante", afirmou.
"Tem sido desafiante para mim, as funções de presidente da APAF nada tinham a ver com a atual, antigamente era uma posição mais de exigências e de pedidos para os árbitros, agora é mais uma gestão de recursos e de ativos, tenho a felicidade de ter escolhido os melhores para estarem ao meu lado, o que atenua o nosso trabalho", vincou.
Luciano Gonçalves quer uma maior abertura na arbitragem. "Há décadas que a arbitragem estava muito fechada, temos de nos abrir, a sociedade tem de olhar para o árbitro como olha para o treinador, jogador ou dirigente, olhar para o árbitro como uma pessoa. Mas também não pode haver um excesso de exposição, pois se assim for a sociedade vai-se aproveitar da humildade em explicarmos as nossas posições", defendeu.
Lamentou ainda o clima de crispação entre os três grandes com a arbitragem na mira. "É uma desilusão. Gostaríamos de ter um futebol mais tranquilo e positivo, pois temos pessoas muito mais preparadas na liderança dos clubes, que infelizmente acabam por ir pelos mesmos caminhos do passado, continuamos a focarmo-nos muito na arbitragem, a desculpabilizar-nos muito com a arbitragem. Os regulamentos disciplinares deveriam ser mais punitivos, para que de uma vez por todas pudéssemos acabar com isto. As nossas penas ainda são muito diminutas, o Regulamento Disciplinar é feito pelos clubes... mas tenho muito orgulho nos árbitros, nos jogadores e nos dirigentes portugueses, não acho que lá fora sejam melhores, temos é de olhar para o global," rematou.