Lucho, antigo capitão do FC Porto, defrontou o extremo em quatro ocasiões e sabe do que fala. "Pode ser o jogador que a qualquer altura tenta algo diferente", analisa.
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Com 39 anos e a preparar-se para ser treinador, Lucho González, ainda jogador do Athletico Paranaense, tem um dupla visão sobre os colegas que ainda defronta.
Pepê, o extremo que o FC Porto definiu como prioridade nesta janela de mercado, foi um deles.
A última vez aconteceu foi em outubro e o jogador do Grémio até foi decisivo: entrou ao intervalo e foi um dos melhores na reviravolta - o Paranaense vencia ao intervalo e terminou derrotado em casa por 1-2. Não foi esse, porém, o primeiro contacto de Lucho com Pepê. Antes já se haviam defrontado em três ocasiões, embora o virtuoso jogador não tivesse o peso que adquiriu em 2020. O facto de também ser um excelente conhecedor da exigência do FC Porto e do futebol português reforçam a condição ímpar para nos explicar, afinal, que tipo de jogador se trata e como pode encaixar nos dragões. "Tem toda a capacidade para triunfar no FC Porto. Pode chegar e fazer a diferença. Seria uma grande contratação", resumiu, contactado por O JOGO.
Lucho está a torcer que a transferência se concretize. Pepê é, por esta altura, um dos jogadores mais valorizados do Brasil. "Amadureceu muito no último ano, com um grande trabalho do seu treinador, Renato Gaúcho. Foi uma das grandes revelações do futebol brasileiro dos últimos tempos e tem toda a capacidade para triunfar no FC Porto, caso a transferência se realize" começou por analisar "El Comandante", com a reserva natural de quem desconhece o estado do processo. "É um jogador que pode chegar e fazer a diferença, adaptar-se bem. Hoje em dia, no futebol, sabe-se quase tudo, mas os rivais que o vão defrontar, não conhecem exatamente as suas características. Tenho a certeza que vai render. Seria uma grande contratação", reforça, a propósito do impacto que o jogador pode ter em Portugal no imediato.
A adaptação é sempre uma condição fundamental, mas não impedirá a explosão de Pepê, até porque as suas características, garante o médio, são diferenciadas. "Trata-se de um extremo rápido, muito veloz mesmo, que conduz muito bem a bola e dribla jogadores facilmente. E faz muito bem o "um-dois", tabela e sai rápido na velocidade", avalia, acreditando mesmo que não perderá para Corona e Luis Díaz quando estiver completamente adaptado. "Os dois, a esse nível, já têm uma grande vantagem, mas Pepê pode ser o jogador que a qualquer altura tenta desequilibrar ou tenta uma jogada diferente. Pode nem precisar desse tempo que quem chega ao FC Porto tantas vezes precisa. Comparando com Luis Díaz e Corona, penso que é sobretudo uma questão de se adaptar a Portugal e ao que o FC Porto exige enquanto clube", responde o antigo capitão dos dragões.
Mas e as tarefas defensivas? Conceição já avisou que não é qualquer jogador que chega ao FC Porto e joga. Está o ala do Grémio preparado para cumprir com a intensidade que lhe pedirão? "É possível que possa ter dificuldades no ritmo de jogo e na intensidade dos treinos, porque no Brasil praticamente não se treina, porque se joga muito. Ele já defende no Brasil. Já faz esse trabalho, embora não de forma tão rigorosa. Mas tem capacidade física para o fazer", promete.
Por fim, Lucho falou de Everton Cebolinha, o antecessor no Grémio, reforço do Benfica e potencial adversário de Pepê em Portugal. "O Everton esteve para sair antes, acabou por ficar e fazer mais alguns jogos. Mas era o momento de ele sair. O Pepê é ligeiramente mais jovem do que o Everton, mas o Cebolinha já tem a experiência da seleção brasileira, o que ajuda muito qualquer jogador. Mas não tenho dúvidas que se Pepê começar bem no FC Porto, vai ser seguido também pela seleção brasileira", concluiu.