Liga e clubes afinam carta ao Governo: discurso para sintonizar esta quarta-feira
Ainda sob efeitos da reunião dos emblemas da I Liga na Mealhada, da reunião magna devem sair várias e vincadas reclamações.
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Após o "puxão de orelhas" dado à Liga, na passada semana, os emblemas do principal campeonato deverão sintonizar o discurso com o Executivo liderado por Pedro Proença durante a Assembleia Geral (AG) extraordinária do organismo, que esta quarta-feira se realiza na sede do mesmo, no Porto.
Além das alterações aos regulamentos de Competições, Disciplina e Arbitragem, espera-se que saia, da reunião magna, uma "Carta Aberta ao Governo", conforme consta da agenda dos trabalhos, dada a conhecer poucas horas antes de um encontro, na Mealhada (Anadia) liderado pelos presidentes de FC Porto, Benfica e Sporting.
A rara comunhão de interesses que sentou à mesma mesa Pinto da Costa, Filipe Vieira e Frederico Varandas deverá ficar expressa no documento que a Liga oficializará como declaração de interesses que o futebol profissional - os clubes da II Liga também deverão subscrevê-la -, reclamando medidas concretas para apoiar e compensar o setor, bastante afetado pelos impactos da pandemia de covid-19.
AG desta quarta-feira serve para alterações regulamentares e para clarificar posicionamento dos emblemas e do Executivo da Liga face ao Governo
Proença e a sua equipa, apurou O JOGO, desenvolveram vários contactos nos últimos dias de modo a apresentar à discussão um esboço de declaração - a carta aberta - ao encontro das pretensões dos seus associados, mas o líder do organismo quererá salvaguardar e incluir os emblemas da II Liga no mesmo documento. Resta saber se os esforços diplomáticos do presidente da Liga terão convencido os três grandes, que aparecem a liderar uma frente comum de interesses, que entendeu reunir-se a légua da sua própria casa: a sede da Liga.
A declaração resultante do encontro da Mealhada apela a medidas concretas em termos de regresso do público às bancadas, fiscalidade, negociação de seguros, centralização de direitos de TV, conflitualidade na captação de patrocinadores e distribuição de receitas das apostas desportivas. A posição dos clubes foi ainda reforçada pelas palavras do líder portista no passado domingo, a propósito da ausência de adeptos nos jogos portugueses, com a final da Champions como contraponto: "Ninguém compreende que se possa ter gente nos estádios se o público for inglês, mas se for português tem de ficar de fora. É lamentável. Deixava aqui um conselho ao primeiro-ministro António Costa: obviamente, demita-os. E se não é capaz, demita-se".