Liga concorda com a recomendação da FPF de incluir o Gil Vicente na I Liga 2016/17 e anuncia Assembleia Geral de Clubes, com caráter de urgência
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A Liga anunciou esta terça-feira que, à imagem da Federação Portuguesa de Futebol, não irá recorrer da sentença do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, de 25 de Maio de 2016, que confirmou na passada semana que o Gil Vicente foi incorretamente despromovido aquando do que ficou conhecido como "Caso Mateus". O organismo presidido por Pedro Proença mostrou-se ainda favorável à recomendação da FPF que aponta para a integração imediata do Gil Vicente na I Liga.
No mesmo comunicado, a Liga faz saber que convocará uma Assembleia Geral para debater o que resultou da decisão do tribunal, avisando desde logo que em 2017/18 o campeonato da I Liga terá de ser disputado, outra vez, por apenas 18 clubes.
Comunicado
"A Direção da Liga Portugal, em face aos últimos acontecimentos relativos ao denominado "Caso Mateus" e à declaração de nulidade da decisão do Conselho de Justiça, proferida pelo Tribunal Administrativo de Lisboa, referente à despromoção do Gil Vicente FC e perante a tomada de posição da Federação Portuguesa de Futebol, pretende deixar uma posição firme e clara sobre o tema.
Após profunda reflexão no seio deste órgão diretivo e com a consciência que qualquer decisão implicará manifestas alterações nas competições profissionais e respetivos quadros competitivos, decidiu, por unanimidade, acatar a decisão do tribunal e a recomendação da FPF e não recorrerá da mesma.
Dada a excecionalidade da situação não prevista, atualmente, em termos regulamentares, mais decidiu esta Direção levar o tema ao escrutínio soberano da Assembleia Geral de Clubes, com caráter de urgência, a fim de se deliberar sobre o modelo competitivo a adotar em 2016/17.
Sem prejuízo desta necessidade, a Direção, oportunamente, tomará as medidas necessárias a obstar que, no futuro, ocorram situações análogas.
Dando o devido cumprimento à sentença do tribunal, o alargamento das competições é inevitável, mas pretende deixar claro que mantém a sua filosofia, a sua estratégia e o modelo conceptual que definiu para a Liga, que passa inevitavelmente, por um emagrecimento das competições, de forma a torna-las mais competitivas, atrativas e sustentáveis.
Posto isto, pese embora esta ligeira alteração de rumo a que se vê obrigada face a uma decisão proferida mais de 10 anos após a descida de divisão do Gil Vicente FC, não abdicará e retomará, já na próxima época desportiva de 2017/18, essa estratégia que, no entender desta Direção, parece imprescindível para o futuro da Liga e das competições de futebol profissional em Portugal.
Não obstante não ter sido esta Direção a dar causa a esta inversão de rumo a que se vê obrigada, não hesitará em manter a continuidade do projeto delineado no início desta época desportiva para o quadriénio e aprovado em Assembleia Geral pelos Clubes, deixando claro que, por unanimidade, se revê no princípio da valorização do mérito desportivo.
Com o intuito de uma decisão célere, a bem da estabilidade das competições e baseados nos valores de mérito, justiça e integridade das competições, os Clubes, em Assembleia Magna, terão a palavra final.
A Direção da Liga Portugal"