Leixões desiludido com os jogadores recorre ao "lay-off": "Não querem fazer sacrifícios"
Presidente da SAD, Paulo Lopo, acha que os futebolistas só pensam no seu umbigo e não percebem o panorama global e a necessidade de fazer cedências
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O presidente da SAD do Leixões, Paulo Lopo, atacou os jogadores do clube por não terem aceite a proposta de manterem os salários, embora pagos de forma faseada, e avançou para o "lay-off", criticando agora os atletas e também o Sindicato dos Jogadores, cujo presidente, Joaquim Evangelista, tem contestado fortemente estas decisões dos clubes.
"Os jogadores quiseram esperar pelas negociações entre o Sindicato e a Liga, que não chegaram a bom porto. O Sindicato achou que os jogadores não tinham de abdicar de nada, mas toda a gente tem de abdicar de alguma coisa para não colocar em causa o futuro. Temos um mecanismo legal, que é recorrer ao 'lay-off' e é isso que deveremos fazer hoje. O Leixões é uma empresa e, se os trabalhadores de fábricas, comércio e restauração também terão de o fazer, os jogadores, que têm um ordenado muito maior, não são mais do que os outros e também o podem fazer", disse, em entrevista à Rádio Renascença.
"Deixa-me triste, mas é a realidade do futebol. Os jogadores não têm amor ao clube nem à camisola. São profissionais, pensam na sua vida e não estão dispostos a fazer sacrifícios pelos clubes. Mesmo aqueles nascidos e criados no clube que, na minha opinião, às vezes até são os piores. Mas não me surpreende porque acho que é um procedimento normal nos jogadores. Há uma grande consciência dos clubes em tentar resolver as coisas a bem. A Liga e a Federação desenvolveram um trabalho extraordinário para aglutinar todas as posições. Não foi possível porque só nós é que estávamos dispostos a ceder e o Sindicato dos Jogadores não estava disposto a ceder. Os jogadores têm de contribuir para a recuperação da economia do país como todos os outros. É cada um por si", disse Paulo Lopo.
"A Liga não chegou a acordo com o Sindicato dos Jogadores e o Pedro Proença comunicou-nos que cada sociedade desportiva teria de seguir o caminho mais conveniente. Há pelo menos cinco clubes da II Liga que vão avançar para 'lay-off', outros quatro que têm essa intenção e os restantes estão ainda a ponderar. É muito provável que esta situação se generalize. Vamos pôr os jogadores à vontade. Os que quiserem rescindir contrato terão garantias para o fazer sem custos acrescidos para ambas as partes. Estamos disponíveis para o fazer", afirmou.