Desde que os germânicos chegaram à primeira divisão, em 2016/17, só esta época os gastos das equipas se aproximaram. No que diz respeito a vendas, o clube da Luz fez 523,5 M€, contra 116,4 do Leipzig.
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Fundado em 2009, o Leipzig é um verdadeiro... gigante no que diz respeito às finanças. Ainda à procura da glória desportiva na Bundesliga e de olho na qualificação para os "oitavos" da Champions na sua segunda participação na prova, o conjunto alemão tem argumentos financeiros de sobra. E desde que chegou ao principal escalão, em 2016/17, não teve problemas em abrir os cordões à bolsa, investindo 255 milhões de euros no reforço do plantel.
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Situação bem diferente em relação ao Benfica, que precisa de vencer hoje na Alemanha (algo que nunca fez na Champions), para poder aspirar a seguir em frente. Em idêntico período, o Leipzig, cujo técnico Julian Nagelsmann falou até do Benfica como um "David contra Golias", investiu mais do dobro do que o clube da Luz: que gastou 123 M€.
Só para esta temporada é que o valor do investimento das duas equipas se equivale: 47,5 milhões gastos pelos alemães e 43,5 pelos encarnados. Já em 2017/18, e segundo dados do sítio especializado "Transfermarkt", o Leipzig pagou 63,5 milhões por reforços, enquanto as águias 9,95.
Gastando metade do que o Leipzig em reforços, as águias contam com um plantel que vale apenas 320 M€ contra os 542 dos alemães
O líder do grupo G procura competir a nível interno com emblemas como Bayern Munique, Dortmund ou agora Borússia Moenchengladbach, mas mantém-se firme à estratégia de apostar quase exclusivamente em jovens, valorizando-os em termos desportivos. Aqui surge outra diferença em relação ao Benfica, pois se na Luz a política tem passado por rentabilizar, além do relvado, também os cofres do clube, o Leipzig, fruto do poderio da Red Bull, empresa que detém 49 por cento das suas ações, resiste muitas vezes a perder as suas figuras. Por isso, enquanto os germânicos encaixaram 116,4 milhões de euros nas últimas quatro temporadas com a saída de jogadores, já no Benfica esse valor dispara substancialmente, para os 523,5 milhões.
Nas 11 épocas desde que existe, o adversário das águias até gastou menos do que o Benfica, com 310 milhões investidos contra os 388 da formação portuguesa, mas no presente a realidade dos respetivos plantéis é bem diferente. Isto porque enquanto os 29 atletas que trabalham às ordens de Bruno Lage estão avaliados em 320,3 milhões de euros, a formação de Julian Nageslmann vale... 542,4.
Do atual plantel, Benfica e Leipzig gastaram o mesmo no jogador mais caro, 20 milhões, em Kampl e Raúl de Tomás, respetivamente, mas, por outro lado, Timo Werner, o craque da formação alemã, vale mais do dobro dos jogadores mais valorizados no Benfica. O avançado está avaliado em 65 milhões, contra os "apenas" 32 de Rúben Dias e Grimaldo.
Salzburgo é incubadora de talento
Se o Benfica, como já frisou Bruno Lage, tem por hábito olhar primeiro para o Seixal à procura de reforços, o Leipzig tem como grande fornecedor de jovens talentos o Salzburgo, clube austríaco detido pela mesma empresa. Face à sua curta existência, e ainda sem tempo para aprimorar para um elevado nível os jogadores da sua formação, o clube alemão - que esteve perto de deixar 15 milhões de euros nos cofres das águias por Embaló, em janeiro de 2018, num negócio que ruiu por desentendimentos da formação alemã com o agente do extremo, Catió Baldé -, conta com oito atletas, em 27, oriundos do Salzburgo.