"Juventus-FC Porto? A hora é de levantar a poeira e do limão fazer uma limonada"
Clayton, o único portista que marcou em casa da Juventus acredita no apuramento e que esta eliminatória pode trazer de volta a confiança e a estabilidade.
Corpo do artigo
O FC Porto joga esta noite pela terceira vez em casa da Juventus e Clayton é o único jogador que conseguiu marcar um Turim de azul de branco. Foi há 19 anos e meio.
Sem conhecer uma fórmula para anular Ronaldo, o antigo extremo diz que o FC Porto tem de saber gerir a vantagem, mas sem se esquecer de atacar e ferir a "vecchia signora"
Que recordações tem do jogo em Turim, em que fez o 1-0?
-Tínhamos uma equipa forte... A Juventus era formada por jogadores extraordinários e isso serviu de motivação. Começámos bem, tivemos algumas oportunidades na primeira parte e fizemos 1-0. O Del Piero empatou de livre. Após o intervalo sofremos um golo cedo, de canto, e eu ainda tive a hipótese de empatar novamente, de cabeça, mas não aconteceu. Eles fizeram o 3-1 e ganharam naturalmente, porque fomos perdendo o fôlego. O meu golo foi de livre lateral, a bola passou por toda a gente, inclusive pelo Buffon. Ficou a marca de ter feito um golo a um dos maiores guarda-redes da história.
Agora é a eliminar e o FC Porto parte com ligeira vantagem. O que tem de fazer para se apurar?
-Não vai ser fácil. A Juventus é muito forte em casa. Tem jogadores com tarimba, vários podem desequilibrar. Tem o Ronaldo, que para mim é o melhor do mundo e não é fácil haver uma fórmula para combater isso. Vai ter de ser na base da entrega, na confiança e acreditar no trabalho. A hora é de levantar a poeira e do limão fazer uma limonada. É uma boa oportunidade para dar a volta, um jogo para mostrarem o que valem. Não será nada fácil, mas o FC Porto tem equipa para chegar lá e passar. É gerir, sem ficar muito atrás. O FC Porto tem que ferir, mas cuidando ao máximo a nível defensivo.
Chega anular Ronaldo?
-Se Ronaldo estiver num dia inspirado fica complicado. Vou torcer para que não esteja e mesmo assim ainda é presa dificílima. Mas têm outros jogadores que desequilibram, de nível mundial. Concentração máxima e um pouco de sorte.
O facto de não haver público poderá favorecer o FC Porto?
-É um peso a menos. Para o FC Porto é melhor visitar a "Juve" num estádio vazio do que com a pressão toda do ambiente com público.
A atravessar uma fase menos boa, a pressão portista é ainda maior?
-É uma eliminatória muito importante, num momento delicado porque começam a fugir os objetivos. A Champions não é o mais fácil deles, mas é contra um gigante e pode trazer de volta a confiança e a estabilidade perante a Imprensa e os adeptos. Nestes momentos é que se veem os grandes jogadores.
Quem mais o impressiona na sua antiga equipa?
-O forte do FC Porto é o conjunto. Funciona bem com a liderança do Pepe atrás. O treinador trabalha à imagem do clube. Dos jogadores, o que mais me impressiona é o Corona. Tem um papel fundamental, desequilibrador, muita entrega e habilidade. Gosto muito do futebol dele. É aguerrido, diferente do que era quando chegou.