Nas últimas cinco épocas, o Benfica encaixou quase o mesmo que a Juve em vendas, tendo gasto menos um terço que os italianos.
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O Benfica vai esta noite a Turim discutir com a Juventus três pontos importantes para a fase de grupos da Champions, uma partida onde as águias chegam após terem ganho ao Maccabi Haifa e os italianos tendo perdido com o PSG, combinação de resultados que pode hoje deixar bem mais pressionada a equipa da casa.
Mas, ainda antes do arranque do jogo em campo, são os encarnados quem partem com um pé na frente no que a negócios diz respeito: nas últimas cinco temporadas a formação portuguesa bateu de goleada, no deve e no haver, o rival de hoje, tendo um saldo positivo de 278,9 milhões de euros, contra um saldo negativo da Juve de 288,6 M€. As águias investiram apenas um terço do que o emblema italiano, conseguindo meter nos seus cofres quase o mesmo que estes nos anos recentes.
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Desta análise, sobressai que apenas numa época, a presente, é que a Juventus veio das "compras" com lucro entre o que comprou e o que vendeu. Bremen e Federico Chiesa, os mais caros, custaram respetivamente 41 M€ e 40 M€, sendo quem mais pesa na balança dos custos enquanto que a saída de De Ligt, por 67 M€, e de Demiral, por 20 M€, compensaram os dois investimentos de peso. Contas totais, são quase quatro milhões de saldo positivo num clube que, nas quatro épocas anteriores acumulou pesados prejuízos.
Já pelo Benfica, em todas essas temporadas menos uma (2019/20), os encaixes com vendas foram sempre superiores aos com aquisições, incluindo o mais recente mercado de transferências, onde as águias gastaram 65,8 M€ e encaixaram 127,3 M€: nas saídas pesou, e muito, Darwin (rendeu no imediato 75 M€, podendo mais à frente por objetivos, juntar-se-lhes mais 25 M€) enquanto que nas entradas as maiores fatias de investimento foram com David Neres (15,3 M€), Aursnes (13 M€) e Enzo Fernández (12 M€).
Fazendo a conta final, os encarnados fecharam a janela com um saldo positivo de 61,5 M€, repetindo feitos de 2021/22, 2019/20 e 2018/19.
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Cristiano e Cancelo pesam muito na balança
Uma importantíssima parte do desequilíbrio comparativo entre o que tem sido a balança contabilística de Juventus e de Benfica nas últimas temporadas, as mais recentes vincadas pelos efeitos da pandemia, está mesmo no poder aplicado por cada um dos clubes no mercado das aquisições. Aí, e muito embora os encarnados até tenham vindo a ser "agitadores" em vários dos anos em análise, ainda ficam globalmente atrás dos milhões que a Vecchia Signora habitualmente consome.
Particularmente em duas temporadas, 2018/19 e 2019/20, os italianos atacaram em grande e bateram em ambos os casos a fasquia dos 200 milhões de euros. Na época mais distante, foi com a aposta em Cristiano Ronaldo, num negócio que colocou 117 M€ no Real Madrid, que a Juve consumiu grande fatia dos 263,2 M€ totais que gastaria para reforçar o seu plantel. Aí, ainda que por um valor mais discreto, cerca de 40 M€, chegou a Turim mais um português, João Cancelo, trazido do Valência.
Porém, este desnível colossal no investimento não tem significado igual diferença nas conquistas desportivas, embora aqui também a Juventus tenha alguma (ligeira) vantagem. A Vecchia Signora, neste período de análise entre o pré e pós-pandemia, conquistou dois campeonatos italianos, contra um português pelas águias, enquanto na Europa, a Juve chegou uma vez aos quartos de final da Champions, tal como o Benfica, mas tem três caminhadas até aos "oitavos".
Porém, hoje as contas ficam nos gabinetes e serão os jogadores que tudo irão decidir à flor da relva.