Antigo árbitro explica a decisão em comunicado.
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José Leirós anunciou esta sexta-feira em comunicado que "chegou ao fim o projeto de candidatura a Presidente do Conselho de Arbitragem".
O antigo árbitro explica que a decisão é consequência do curto prazo para a entrega da candidatura.
"Chegou ao fim o meu projeto de candidatura a Presidente do Conselho de Arbitragem, em virtude do prazo para apresentar esta candidatura ter sido um prazo tão exíguo, apenas cinco dias úteis, em tempo de pandemia, calamidade e de abertura ao confinamento. Não foi uma boa prática só 5 dias úteis! Foi muito difícil a caminhada, mas valeu a pena. Há muitos agentes desportivos desejosos de mudança", pode ler-se.
Leia o comunicado na íntegra:
""Fiz muito, mais não pude, e só alcança quem não se cansa"
Chegou ao fim o meu projeto de candidatura a Presidente do Conselho de Arbitragem, em virtude do prazo para apresentar esta candidatura ter sido um prazo tão exíguo, apenas cinco dias úteis, em tempo de pandemia, calamidade e de abertura ao confinamento. Não foi uma boa prática só 5 dias úteis!
Foi muito difícil a caminhada, mas valeu a pena.
Há muitos agentes desportivos desejosos de mudança.
"Ousar dar destino, fazer uma coisa nova é algo que muitos humanos não gostam, do que é verdadeiramente novo e se o que fizermos não for útil, vã será a glória"
Teve a outra lista há cerca de dois meses as assinaturas dos delegados, pouco tempo depois de serem eleitos, dizendo-lhes que era apenas lista única.
Esses delegados não podem subscrever mais nenhuma lista, conforme comunicado da Comissão Eleitoral datado de 02/06/2020, dado que subscreveram a lista do candidato a Presidente da Direção da Federação Portuguesa de Futebol, Ilustre Dr. Fernando Gomes, que integrará na sua lista, as listas aos outros órgãos sociais, conforme esclarecimento público da Comissão Eleitoral. Quando segundo a Lei de Bases do Sistema Jurídico das Federações Desportivas ao Conselho de Arbitragem, podem existir várias Listas autónomas. Por isso as subscrições deveriam também ser autónomas.
Este processo eleitoral para os Órgãos Sociais da Federação Portuguesa de Futebol - Quadriénio 2020-2024, em tempos de democracia, deveria primar pelos princípios da transparência, do rigor, da equidade e da regularidade dos processos. É a entidade máxima que gere o Futebol Português e tem prestígio Internacional a defender.
Era intenção da minha Equipa apresentar um Projeto estruturante para a Arbitragem Portuguesa, desde o topo da Arbitragem profissional, ate à base, abrangendo os Árbitros em formação nas Associações Distritais.
Quero agradecer a todos aqueles que ao longo deste tempo, aceitaram integrar este Projeto, ex-Árbitros, Treinadores de Futebol, ex. Futebolistas, pessoas da área Jurídica e Professores Universitários da área da comunicação, acrescentando-lhe muito valor.
Este projeto foi uma surpresa total e muito bem acolhido. Alguns Delegados que subscreveram a lista única candidata, ficaram surpreendidos e aguardavam o debate público para decidirem o seu voto.
Nenhum agente do futebol, árbitros, treinadores, jogadores e gestores desportivos, estava a contar com o aparecimento de um projeto inovador e de modernização para a Arbitragem Portuguesa.
E os nomes das pessoas que o construíram foram bem guardados por todos, o que é muito bom sinal conseguir-se manter a confidencialidade neste País e principalmente neste Futebol, onde se costuma dizer que confidencial é aquilo que se diz a uma pessoa de cada vez. Mas conseguimos manter esse segredo, evitando assim retaliações futuras.
Agradecemos a todos aqueles Delegados de Associações com quem tivemos reuniões, pela forma como nos receberam e pelas mensagens de incentivo, dizendo que este projeto não pode terminar por aqui.
Também agradecemos aos inúmeros amantes do futebol deste país, desde o Continente às Ilhas (Açores e Madeira), pelas mensagens de incentivo para prosseguirmos no nosso objetivo.
Termino citando Lobo Antunes "A vida é como escrever sem borracha, não se pode voltar atrás e apagar. Contudo se pudesse voltar atrás viveria tudo na mesma, sempre e sempre a escrever".
Matosinhos, 5 de junho 2020 José Leirós"