"Jorge Jesus vai conseguir atingir tudo a que se propõe com esta equipa do Benfica"
Agora no Boca Juniors, o internacional argentino admite ter ficado "surpreendido" pela temporada de insucesso das águias, mas destaca a covid-19 e os muitos reforços como condicionantes
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A acompanhar de longe o Benfica, Salvio não esquece Jesus, o "número um" e com quem diz ter atingido "o melhor". Espera um 2021/22 bem diferente na Luz e sobre um possível regresso mostra-se enigmático: "Não sei..."
O que significa o Benfica para si?
-O Benfica representa muito para mim, todos sabem que vivi coisas incríveis no clube. A minha carreira foi praticamente feita no Benfica, ganhei coisas importantes, passei momentos muito bons e todos sabem o amor que tenho pelo clube e pelos adeptos. Sem dúvida nenhuma que é parte muito importante da minha carreira desportiva.
Continua a ver os jogos do Benfica?
-Sim, sempre que posso vejo. Continuo a seguir muito o clube, dando força de longe.
Como analisa o facto de a Jorge Jesus não ter conseguido bons resultados no Benfica, após o Flamengo?
-Conheço Jorge Jesus dos meus anos anteriores no Benfica. É para mim o número um, o melhor de todos. Foi com ele que atingi o meu melhor, foi com ele que mais aprendi. Sei da capacidade que tem e acredito muito que possa ganhar muitíssimas coisas boas com o Benfica. Surpreendeu-me sim que a equipa não tenha vencido e que não tenha conseguido atingir os seus objetivos, mas tiveram muitos problemas com a covid, e tinham também muitos jogadores novos. Acredito que na próxima temporada a equipa vai conseguir grandes coisas. Jorge Jesus é ambicioso e sei bem a sua paixão por aquilo que faz. Vai conseguir atingir tudo a que se propõe com esta equipa.
É um treinador muito exigente? Fê-lo melhor jogador?
-Sim, totalmente. A minha melhor versão foi nos anos em que estive com ele, sem dúvidas. Tornou-me muitíssimo melhor jogador.
Pode haver ainda uma terceira etapa de Salvio no Benfica depois do Boca?
-Não sei, todos sabem do amor que tenho pelo clube, mas não sei, não sei o que dizer...
Dos títulos pelo Benfica, de qual desfrutou mais?
-Todos, desfrutei imenso de todos. Mas festejei imenso o título do bicampeonato. Outro foi também o do tetracampeonato, porque foi algo histórico para o clube. E porque ser um dos cinco jogadores na história do clube que ganharam o tetra é um orgulho. É algo muito bom para mim estar na história de um clube tão grande. Se tenho de escolher um título então é o do tetra.
Nos seus últimos seis anos no clube conseguiu cinco títulos? Qual foi o melhor Benfica desse período?
-O do bicampeonato, esse Benfica jogava de olhos fechados. Tínhamos uma grande equipa. Podíamos ter conseguido tudo o que queríamos.
Saviola e Jonas como melhores parceiros
Mantém contacto com os seus antigos colegas?
-Sim, continuo em contacto com as pessoas do clube. Às vezes telefonam-me, outros telefono eu. Falo com o pessoal, com os meus ex-companheiros. Até porque considero-os amigos. Recentemente falei com o Pizzi, com o André Almeida, e também falo muito com o Franco Cervi. No outro dia foi o aniversário do Samaris e estive a falar com ele. Foram muitos anos, tenho boa relação com todos.
Quais foram os melhores parceiros no relvado?
-Joguei com muitos, mas gostei muito de jogar ao lado de Saviola, Aimar e Nico Gaitán, jogámos muitos anos juntos. Outros jogadores que me encantam são Pizzi e Jonas, que considero o melhor juntamente com Saviola, o melhor com quem joguei no Benfica. São vários, dava-me bem dentro do campo com muitos.
Qual foi o melhor jogador argentino do Benfica nos últimos anos?
-Para mim foi Saviola. É difícil dizer isso, porque além de ter sido um grandíssimo jogador, um craque, sou muito amigo dele. É difícil eleger apenas Saviola, porque o Nico Gaitán explodiu no Benfica, e há ainda Pablito Aimar. São jogadores com quem desfrutei imenso. Ter estado nessa fase no Benfica, sendo tão jovem, e tirar partido deles, partilhar o balneário com eles, foi muito bom. Com o Nico fomos crescendo juntos. Foi um privilégio.
Luisão é referência e o "melhor capitão"
O que significava Luisão para esse plantel?
-Luisão foi sem dúvida o melhor capitão que tive em toda a minha carreira. É um grandíssimo ser humano, controlava muito bem a equipa, estava sempre disponível para o que necessitávamos, no clube e fora dele. Continuamos em contacto. O Luisão é um grande exemplo e uma grande referência para todos. Gostamos muito dele. Agora continua no Benfica e todos podem continuar a aproveitar e a tê-lo como exemplo.
Imaginava que ele iria ficar a trabalhar no clube?
-Sim, sim. Era algo óbvio. Sabíamos que ia continuar ligado ao clube, ele é grande parte dos êxitos dos últimos anos do Benfica. Foram muito graças a ele, esteve nos melhores anos do clube, representa muito não só para nós e para os jogadores que estão atualmente no clube, mas também para os adeptos.