As raízes africanas definem um jogador que gosta de liberdade. Começou como um número 8 na academia do AIK, mas foi desviado para lateral pelo espanhol Marti Cifuentes, que lhe augura grande futuro.
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Tem apenas 20 anos, chegou a Braga como palpitante promessa sueca de raízes africanas e, mesmo entrando a espaços, adquiriu experiência razoável nos meses de estreia em Portugal, participando em oito jogos.
Marcou um golo, por sinal de grande espetacularidade diante do Estoril, e pisou o Jamor.
Joe Mendes atraiu expectativas quando chegou e, a caminho do arranque de nova época desportiva, convoca atenções redobradas por ser um ativo explosivo no estilo de jogo e pelo impacto de uma eventual futura transferência, considerando a cláusula de 40 milhões.
Talento lapidado na academia do AIK Estocolmo, Joe foi testado no Hammarby antes de voltar ao gigante da capital sueca para acelerar a visão de grandes palcos, oferecida por um contrato de longa duração com os guerreiros.
Na capital minhota espera-se pela resposta do lateral-direito, improvisado também já à esquerda na reta final da temporada, abrindo pistas da sua polivalência, explorada nesta conversa com o espanhol Marti Cifuentes, técnico do Hammarby na atualidade, mas que contactou com o jogador do Braga na academia do AIK.
"Cheguei em 2017 ao AIK como coordenador de metodologia na formação. Joe era um garoto dos sub-16 com imenso potencial. Em pouco tempo, assumi o comando da segunda equipa e decidi promovê-lo, pelo que começou imediatamente a jogar na filial", sublinhou o espanhol.
"Era um oito, mas lembro-me de que já lhe falava de o passar para defesa-direito. Que seria uma ótima possibilidade. Tecnicamente não respondia em pleno, mas fisicamente tinha extraordinário alcance e profundidade. Gostava de ouvir e aprender e percebeu esse impacto positivo que podia ter", precisou Marti Cifuentes, contratado pelo Hammarby em janeiro de 2022, tinha Joe Mendes regressado ao AIK, descontente com papel cingido à equipa secundária do Hammarby.
"Acho que o treinador anterior não o valorizava e quis sair, para pena minha, pois era o tipo de lateral com as condições que mais aprecio", justifica o espanhol, descrevendo o fácil apreço por Joe.
"Recordo um miúdo com sede de aprendizagem, que treinava muito bem, colocava muita energia no trabalho e era muito popular no balneário. Deu um salto grande para Portugal, mas não me surpreende. Vejo-o com todas as condições de ter sucesso", explana Marti, valorizando a aposta dos minhotos na Allsvenskan, uma liga com proliferação de jovens estrelas.
"Surpresa só para alguns. Escrevi-lhe quando foi para Portugal. Alegro-me por ele, é um miúdo humilde e de bom caráter. Os jovens suecos que se destacam encontram hoje muitas oportunidades para sair. Tivemos, só no Hammarby, o exemplo do Swedbert para o Celta e o Lahdo para o AZ. Há jovens de grande potencial que entram com facilidade nas grandes ligas, é um mercado atrativo e as transferências não são muito pesadas", observa o espanhol. Joe Mendes teve o custo de 1,5 milhões, podendo o montante chegar aos dois milhões, conforme objetivos atingidos.