Declarações do treinador do Sporting na antevisão ao jogo frente ao Boavista, da ronda 14 do campeonato, agendado para as 20h30 de sábado
Corpo do artigo
Gyokeres mais preso à zona central. Indicação da equipa técnica? “Não, isso tem uma justificação. Acho que quem analisa bem os jogos consegue ver, há uma situação que leva a isso. Normalmente, o Sporting chegava aos últimos 30/35 minutos a ganhar, as equipas a tentar chegar ao empate, abriam muito mais espaço. Havia muito mais espaço na profundidade. Se virmos o 5-4-1 da Santa Clara, muito baixo, não existe profundidade, temos de chegar de outra forma. O Brugge também em espera, 4-4-2, às vezes faziam linha de 5, o espaço fica muito reduzido. Conseguimos marcar, quando sofremos, logo a seguir a jogada é uma bola que esticámos na profundidade, porque o Brugge estava muito subido, e quando isso acontece a profundidade continua a existir. A verdade é que não temos chegado aos últimos minutos em vantagem, leva as equipas que estão a defender a baixarem, porque ou estão a ganhar ou a empatar, vão defender o resultado e a profundidade deixa de existir.”
Momento de “luto”? O que é preciso fazer para ultrapassar? “Acho que os jogadores já passaram o luto. Para irmos ao último jogo, não vou falar dos anteriores, entrámos muito bem, o Brugge tocou na bola no pontapé de saída. Até fazermos o golo, o Brugge não tocou na bola, durante três minutos tivemos a bola, circulámos de um lado ao outro com paciência, muito melhor, a não deixar quebrar o jogo, muito bem a controlar o jogo. Fizemos golo numa boa jogada, apoio frontal do Gyokeres por dentro, depois a bola entra no Maxi [Araújo] e damos o golo, ocupámos bem as zonas de finalização. Os 15 minutos a seguir, antes do golo do Brugge, controlo absoluto do jogo. O Brugge vai lá uma vez, faz um cruzamento, um remate que nem à baliza ia e a bola infelizmente bate num jogador nosso e trai o guarda-redes, golo na própria baliza. É normal os jogadores sentirem. Isto não são desculpas, não acredito em muitas coisas, mas já estive lá dentro e sei. Parece que tudo nos acontece. Sentem um bocado, mas logo na jogada a seguir reagiram, porque queriam reagir. Toda a gente viu como os jogadores festejaram o golo. Os jogadores querem muito ganhar, querem voltar às boas exibições e há poucas coisas que lhes possa pedir mais, porque isso eles querem muito.”
Críticas: “Não existe ninguém… Podem estar tanto como eu e como os jogadores, mas não existe ninguém que esteja mais frustrado por não conseguir dar as vitórias que toda a gente quer do que eu, jogadores, direção, estrutura e staff. Queremos muito ganhar. Imaginem, se eu ganhar menos, no futuro tenho menos clubes para treinar, se for assim. Os jogadores, se ganharem menos, se calhar no futuro não vão, como toda a gente diz, para Manchester’s City’s, como se queira dizer. O mercado reduz para toda a gente. Não há ninguém que queira ganhar mais do que nós. Isto é a nossa vida, o nosso trabalho. Aceito as críticas e a frustração de toda a gente, porque é normal. Quando era adepto também ficava frustrado. Temos de saber lidar com isso, por isso é que somos profissionais e esta é a nossa profissão.”
Conversa com Varandas? “Com o presidente falamos todos os dias. Falamos de futebol, do dia a dia, de família, de tudo.”