João Mário dá o pisca à direita: lateral procura recuperar estatuto da época passada
Pepê e Rodrigo Conceição têm sido os "responsáveis" pela menor utilização de João Mário que ainda só completou quatro jogos em 22/23. Boa entrada com o Mafra abre-lhe as portas do onze em Chaves.
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Depois da boa resposta dada na segunda parte do encontro com o Mafra, João Mário procura ultrapassar a concorrência e recuperar o lugar que foi seu durante grande parte da época passada. Conceição gostou da exibição do lateral - "a partir de trás para a frente consegue criar desequilíbrios com alguma facilidade", disse - e isso deve valer-lhe um lugar no onze na deslocação a Chaves, na segunda jornada da Taça da Liga, um jogo que os portistas precisam de vencer para manter intactas as aspirações de atingir os quartos-de-final da competição.
A confirmar-se será a 11ª titularidade do lateral, que, contudo, ainda só completou quatro jogos. Um dado estatístico que resume a montanha russa que tem sido esta temporada para João Mário, em contraste com a anterior em que foi o mais utilizado no lado direito da defesa. Em igual período - ou seja, nos primeiros 23 encontros da época - tinha estado no onze em 17 vezes e completado 12 partidas, somando quase o dobro (1406") dos minutos que apresenta agora (796").
Sem Manafá a fazer concorrência, João Mário arrancou 22/23 com o mesmo estatuto com que terminou a época anterior, tendo sido titular nos cinco primeiros jogos, mas acabou por pagar a fatura de uma má exibição em Vila do Conde, onde o FC Porto perdeu (2-3). Juntando a isso alguns problemas físicos que foi acusando, o resultado foi a perda de protagonismo, passando então a dividir com Pepê e, mais tarde, também com Rodrigo Conceição os minutos em campo.
Com os índices físicos altos e também a confiança renovada, João Mário está apostado em fazer uma segunda metade da época em grande, justificando a aposta do clube que, em outubro, lhe prolongou o contrato até 2027 e atualizou o ordenado para valores mais ajustados ao estatuto que conquistou e que tenta recuperar.
Já agora refira-se, como curiosidade, que João Mário nunca jogou no Municipal de Chaves. As duas vezes em que defrontou a equipa flaviense, um delas pela equipa B, foram em casa.
Míster a fazer o que não gostava
Sérgio Conceição já admitiu, mais do que uma vez, que não ficava satisfeito quando era utilizado como lateral-direito no FC Porto, mas recuar extremos para a defesa tem sido recorrente desde que assumiu o comando técnicos dos dragões. Tudo começou com Ricardo Pereira, passou depois por Corona para mais tarde apostar em João Mário, que na época passada foi o dono do lado direito do setor mais recuado, sobretudo após a grave lesão de Manafá. Pepê é o exemplo mais recente e o brasileiro até é, para já, aquele que soma mais minutos (857) na posição.