João Loureiro alegou "várias e importantes razões" para não avançar para mais um mandato em prol do que definiu como "óbvias razões de estabilidade"
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João Loureiro expôs em longo comunicado as razões para não se recandidatar, considerando ter cumprido a missão que o levou a reassumir a presidência do clube, a 28 de dezembro de 2012, após um período de cinco anos afastado do dirigismo desportivo, na sequência do processo Apito Final, que precipitara o Boavista para o então Campeonato Nacional de Seniores. "No seguimento de uma profunda reflexão, tomei já há algum tempo, e disso tenho deixado sinais nas minhas várias intervenções internas, a decisão de não me recandidatar a novo mandato como Presidente da Direção do Boavista Futebol Clube, o que apenas agora, no final do mandato, anuncio por óbvias razões de estabilidade", lê-se no primeiro parágrafo do comunicado, acrescentando:
"Várias importantes razões, de ordem pessoal, contribuíram para esta minha decisão, mas a mesma deve-se sobretudo ao facto de estar no essencial concluído aquilo a que me propus e na altura anunciei quando, fazem agora exatamente seis anos, me decidi candidatar de novo à Presidência da Direção. E, também, àquilo que fui dizendo e transmitindo ao longo destes dois mandatos: fazia parte da minha missão, além de recuperar a Instituição e criar os alicerces básicos para a sua sustentabilidade, prepará-la por forma que as gerações seguintes pudessem assumir a gestão dos seus destinos, e assim assegurar o seu futuro".
João Loureiro foi detalhando o percurso enquanto presidente do Boavista, focando em especial as questões de ordem financeira: "Mas não bastava ter regressado à 1ª Liga. Era necessário que o Boavista mantivesse esse estatuto, conseguindo-o através da classificação desportiva, mas também cumprindo sempre os Pressupostos para que se inscrevesse e participasse efetivamente na competição. E a verdade é que, não obstante todas as dificuldades que jamais escondi, e a ultrapassagem de muitos obstáculos, passo a passo fomos com muito rigor e contenção fazendo o nosso percurso, sendo esta temporada já a 5ª consecutiva em que participamos na 1ª Liga".
"(...)Mas, após um SIREVE que foi fundamental, e sem jamais adiantar receitas como outros, agora que bem recentemente foi efectuada a restruturação financeira da SAD através da aprovação do seu PER por esmagadora maioria, penso que estão criados os alicerces fundamentais para que, por um lado, desde que continue a haver o necessário rigor, o Boavista possa ficar sustentado, e, por outro, para que consiga atrair investimento, o que o poderá em meu entender projetar para outro patamar desportivo", argumentou, complementando:
"Daí que pense que é este, no final do mandato, o momento para deixar de ter funções executivas e abrir espaço para que uma nova geração as assuma. Preferiria talvez, a nível pessoal, regressar à minha condição de simples Associado já com cerca de 45 anos de Sócio, mas, porque em consciência me parece que é importante para assegurar alguma estabilidade e poder ajudar (sem interferir) num ou noutro dossier mais importante, disponibilizei-me para assumir um cargo mais institucional, que me permita ter liberdade e tempo para finalmente me poder dedicar mais às minhas legítimas ambições profissionais e à minha família, bem como a um procedimento médico que por impossibilidade de tempo adio já há mais de dois anos".
João Loureiro tranquiliza os sócios com a garantia de uma lista candidata às eleições: "Para que tenha podido em consciência tomar esta decisão, muito contribui também saber que há quem, além de mais jovem e como tal com a energia necessária para o efeito, tem também vontade, capacidade e já alguma experiência para assumir as muito exigentes funções que tive e ainda terei até formalmente terminar o meu mandato. E daí também só agora vos anunciar esta minha decisão."