Jesus sobre a ausência de Pizzi: "Hoje não podemos ter plantéis de 20 jogadores"
Treinador do Benfica não poderá contar com o internacional português para o duelo de quarta-feira com o FC Porto, na Supertaça.
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Sobre a ausência de Pizzi: "As expectativas são sempre em função da responsabilidade, é uma final, não é para o campeonato, nem é uma eliminatória, que tem duas mãos. Quando é um jogo assim, as expectativas são diferentes, com estratégias diferentes, todos querem jogar. Também a questão do Pizzi: de certeza que, como um dos capitães, gostava de poder jogar, porque é um dos que assume os anos e as passagens que tem tido no Benfica, assim como a qualidade, que faz dele um jogador de referência. Como é que lidas com isso? Eu lido melhor do que a maioria dos jogadores do Benfica. Venho do Brasil, onde tinha nove ou 10 jogadores indisponíveis. Isto é científico, o único problema desportivo é que não posso pô-lo a jogar. As equipas de futebol são privilegiadas, vivem numa bolha. O Pizzi e o Tiago [Pinto] não têm contacto com outas pessoas, eu já tenho experiência de trabalhar nestas questões. O Pizzi vai estar fora de jogo, estará 10 dias de fora e não mais do que isso. Para mim, isto passa a ser um problema que é normal, da sociedade e do mundo em que vivemos".
Sem Pizzi, Weigl e Taarabt no meio? "O Benfica já tem jogado com Weigl e Taarabt no meio e o Pizzi joga na mesma. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O Pizzi é quase sempre uma das minhas opções, não temos o jogador, o Benfica tem soluções. Eu vim de um país em que o plantel foi feito já noutra perspetiva do covid-19. Hoje não podemos ter 20 jogadores, temos de ter 26 ou 27 jogadores por causa da covid-19. Foi isso que o Benfica fez. Foi um, podia ser mais do que um, já tive mais de uma dezena de jogadores infetados. Ganhei tudo no Brasil, só não fui campeão do Mundo. Isso deixa de ser um problema"
Paixão pelo futebol: "Sinto-me como um miúdo, a minha paixão continua a mesma com que comecei a minha carreira. Estou sempre supermotivado e apaixonado para poder melhorar, aprender mais, tentar mudar a forma como olhamos para o futebol fora das quatro linhas. A minha paixão é o futebol. O que é que falta? As pessoas, os adeptos... Sem adeptos, o futebol não é a mesma coisa. Hoje, as grandes equipas do Mundo não estão a jogar ao mesmo nível porque não têm adeptos. Não é a mesma coisa e é assim tanto para os jogadores como para os treinadores. Se dizes qualquer coisa, tudo é mais expressivo, tudo se ouve, pode ter segundas intenções. Com adeptos, tudo isso dá mais prazer, mais motivação, mais crença e, principalmente, o que é importante: o respeito pelos adeptos. Gostava que o estádio estivesse lotado, metade vermelho, metade azul, é para isso que todos nós tentamos fazer uma divulgação do futebol, que também faz parte das nossas vidas, de promover o nosso futebol. O que as equipas portuguesas conseguem fazer nas provas internacionais, sem as mesmas capacidades financeiras dos outros; vamos lá e lutamos com eles, é um trabalho que não valorizamos".