Jesus, os 300 testes, o caso raro e umas farpas: "Andámos a sofrer caladinhos..."
Declarações do treinador do Benfica após a vitória por 2-0 frente ao Famalicão.
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Jorge Jesus voltou a orientar a equipa no banco do Benfica, na vitória por 2-0 frente ao Famalicão, jogo da ronda 18 do campeonato. O regresso foi, claro está, o tema dominante da conversa com os jornalistas.
Primeiro, falou do afastamento por covid-19, detetado a 29 de janeiro. "Fiz 200 ou 300 testes, deu sempre negativo. Descobriram-no numa TAC porque estava a piorar depois de ter treinado os jogadores sozinho. Fui um caso raro, sou raro em tudo... e já não conseguia falar. Se tivesse de jogar não conseguiria. Afetou-me muito", revelou, quebrando a política que diz que o clube seguiu: "Estivemos caladinhos muito tempo. Prometi que construiria uma equipa para arrasar, mas foi a covid-19 que arrasou totalmente o Benfica. Estive duas semanas sem ver os jogadores, antes o vírus tirou-nos a equipa técnica do relvado, a equipa médica. Parecíamos uma equipa fantasma, cada jogador equipava-se no seu quarto. Numa semana tivemos dez jogadores infetados, viemos das Antas [Dragão] com 26 casos positivos entre atletas e staff. Não é uma desculpa, assumo a minha responsabilidade, mas não sou médico. Basta verem que o Everton, que veio da covid-19, fez hoje [segunda-feira] uma daquelas jogadas que fazia no Brasil todas as semanas".
As farpas dirigiram-se até para os rivais. "Temos de dizer a verdade, andámos a sofrer caladinhos. O Sporting foi a primeira equipa a ter covid-19. Teve casos na pré-época, o Benfica não e liderou de forma invicta cinco jogos. Nenhum dos adversários teve covid-19 da mesma forma. Para eles, é benéfico que digam algumas coisas, mas vamos ver se não terão covid-19 também. Sabemos o que passámos com 50 pessoas infetadas no clube", explicou.
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