Jesus ainda à espera de reforço: Pizzi e Weigl "remendam", Gabriel perde espaço
Ainda a querer um médio intenso e com capacidade para construir, Jorge Jesus coloca as fichas no alemão e no português.
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Enquanto ainda aguarda por um reforço, como O JOGO revelou na edição de terça-feira, que seja capaz de dar maior pressing na posição 8 e, assim, permitir que Weigl possa assumir mais funções construtivas, Jorge Jesus tem experimentado várias soluções.
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O técnico quis ver Weigl a "8" frente ao Farense, encaixe onde já vira também Pizzi, Taarabt, Gabriel e Samaris antes. Foi na segunda parte do jogo com os algarvios, que as águias venceram por 5-1 no Seixal, que Jesus lançou Florentino como apoio recuado ao alemão. Ao que foi possível apurar, Weigl agradou ao técnico nessas tarefas, onde brilhava no Dortmund, dividindo a criação do meio-campo com outro companheiro no duplo pivô.
Pizzi é o outro jogador que mais se enquadra no perfil. Logo que chegou, Jorge Jesus assinalou que o transmontano poderia deixar os corredores laterais, onde foi um equilíbrio ofensivo nas três épocas e meia de Rui Vitória e depois na temporada e meia com Bruno Lage e depois Nélson Veríssimo. "Para um atleta que joga nas alas fazer 30 golos na época é muito significativo. Ele pode fazer essas duas posições [extremo ou médio-centro], mas é um jogador de último passe. E os jogadores de último passe não jogam nas laterais: jogam nos corredores centrais. Vamos ver o que é melhor. Se estar aberto num corredor ou mais centralizado, como aconteceu comigo", disse à BTV na primeira entrevista como treinador encarnado e ainda antes de arrancarem os treinos.
Técnico dos encarnados deixou a entender que Pizzi voltaria ao corredor central, posição onde floresceu em 2014/15 após a saída de Enzo Pérez. Aí fez 15 jogos como titular na liga (só uma derrota) e o Benfica sagrou-se bicampeão
Jesus não tomou uma decisão à partida, mas os treinos e os jogos têm confirmado a decisão que trazia do Brasil: o camisola 21, contratado em 2013 mas emprestado ao Espanhol até 2014, prepara-se para repetir a coordenação de jogo interior, papel que assumiu para o bicampeonato encarnado quando Enzo Pérez foi vendido ao Valência em dezembro de 2014.
Mais maduro taticamente e intenso a defender, Pizzi é visto como útil para as alas, especialmente em encontros de maior exigência, ou como segundo avançado, essa uma opção de mais curto prazo enquanto o ataque está indefinido e testada ante o Estoril e o Belenenses na pré-época. No entanto, para os corredores o Benfica terá Everton Cebolinha e, em princípio, Cervi na esquerda; Rafa pode fazer as duas alas e ainda há o reforço Pedrinho.
Alemão ex-Dortmund agradou a construir e intenção é adquirir alguém com tanta versatilidade. Gabriel deve ficar no clube, mas perde, para já, a proeminência dos últimos dois anos
Gabriel a alternativa
Sobra Gabriel, que deverá continuar no Benfica, ainda que estando, para já, com menor proeminência do que nas duas temporadas anteriores. A intensidade defensiva e o pé canhoto são trunfos, a que se querem aprimorar as decisões com bola. Taarabt é ainda uma incógnita e pode ser colocado, enquanto Chiquinho não cabe num meio-campo a dois homens.