Em entrevista exclusiva a O JOGO, o camisola 21 do Sporting afasta polémicas e salienta a sua dedicação ao treino, mostrando-se confiante no sucesso em Alvalade com Silas no comando técnico.
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Veloz a responder como a sprintar na direção da baliza adversária, eis Jesé Rodríguez, reforço sonante do Sporting no fecho do mercado de verão (por empréstimo do Paris Saint-Germain), que O JOGO lhe dá a conhecer melhor nestas páginas. Nas duas últimas épocas esteve cedido pelos franceses a Las Palmas, Stoke e Bétis e o ingresso no Sporting, após aconselhamento favorável dos ex-colegas Cristiano Ronaldo e William Carvalho, é explicado pela vontade de voltar a competir por títulos. Aos 26 anos, tem no palmarés liga e taça espanholas, um Mundial de Clubes, duas Ligas dos Campeões (os quatro pelo Real Madrid), uma Supertaça e uma Taça da Liga Francesa (ambos pelo Paris SG, com o qual perdeu o campeonato para o Mónaco de Leonardo Jardim).
Tem no currículo passagens por Real Madrid e Paris Saint-Germain, por exemplo. Esta vinda para Portugal e para o Sporting tem como propósito a reafirmação no panorama internacional?
-Para mim e para muita gente, o Sporting é um grande clube da Europa e quando surgiu a possibilidade deixou-me muito feliz. O Sporting deu-me a oportunidade de ser feliz a jogar futebol, que é o que mais gosto. Então vim com a intenção de ganhar um lugar nos treinos e tentar fazer o melhor possível quando jogar. A intenção é e será ajudar a equipa a fazer bem as coisas, a jogar bom futebol.
Quando estava no seu melhor momento, ainda no Real Madrid, teve uma lesão grave. Acredita que pode voltar a esse nível?
-Sim, é verdade que estava num nível muito bom quando tive essa lesão importante que me deixou muito tempo sem jogar. Mas é passado. A vida e o futebol dão muitas voltas e o importante é trabalhar e estar preparado. Eu vejo-me bem, com força e muita vontade para tentar chegar a esse nível ou melhor.
Como decorreram as conversas para vir para o Sporting? Como o convenceram e o que lhe pediram para dar à equipa?
-Foi tudo muito fluido, decorreu de forma natural, as conversas foram boas. Quando cheguei, o clube tratou-me muito bem a mim e à minha família. O clube confia muito em mim e disseram-mo várias vezes. Contam comigo e estou feliz por um clube como o Sporting me dar esta chance de ser feliz a jogar futebol. Vou dar tudo por esta camisola.
Há muita pressão pela luta pelo título e ruído vindos de fora do clube?
-Sim, mas temos de ver as coisas positivas. É bom jogar num grande clube como o Sporting. Se me perguntares, eu prefiro jogar num clube com pressão, é melhor jogar onde podes ganhar grandes coisas, competir com bons jogadores, alcançar grandes coisas na Europa e na Liga.
Encara nesta altura a possibilidade de ficar mais tempo no Sporting?
-Essa questão agora não é prioritária. Ainda estamos a começar, falta muito da temporada e no final veremos o que acontece. Vou dar o meu melhor, por mim, pela minha família e pelo Sporting e os meus colegas.
"Com as ideias de Silas, estamos no bom caminho"
Chegou com a Liga já em andamento e num mês de Sporting já vai no terceiro treinador...
- Isso são coisas do clube, que sempre procura o melhor. São decisões nas quais não tenho intervenção, o meu papel é dedicar-me a treinar para estar preparado.
Sentem que falta estabilidade e que isso é um aspeto importante e necessário para que a equipa melhore o seu rendimento?
- Sim. É evidente. Mas o importante é a equipa estar junta e unida, com os adeptos também. Neste clube, os adeptos são muito importantes. Temos de nos concentrar nessa união e, estando todos unidos, a estabilidade vai chegar. Para começar, acabámos de ganhar dois jogos seguidos, já se vê...
Isso é o fundamental nesta fase, apresentar resultados mesmo sem o brilho desejado?
- Sim, o importante era ganhar, por nós e pelos adeptos. Isso traz alegria e faz com que o ambiente mude para ficar mais positivo.
E nestas semanas pode dizer-se que está numa posição privilegiada, a beber os ensinamentos de Silas com grupo reduzido?
- Sim, porque o treinador está a transmitir as suas ideias de jogo, a explicar o que quer que os jogadores façam em campo. É muito bom e importante, treinar o que se deve fazer em campo. Esta semana os treinos foram muito positivos, todos treinámos bem e o treinador esteve bem a explicar. E gosto da ideia de jogo do treinador. Gosta de futebol de ataque, a equipa tem de estar compacta sobretudo quando não temos a bola. Requer um período de adaptação para treinador e jogadores. Conseguimos vencer os últimos jogos e a situação está a ficar mais positiva.
Quanto pode demorar esta equipa a demonstrar o que vale, a colocar em prática o que Silas pretende?
- Já se viu um pouco a ideia nestes dois jogos, que eram complicados e vencemos. A equipa está no bom caminho a seguir estas ideias. É preciso dar um pouco de tempo. Importante é ter entretanto resultados positivos.
Notam nos jogos em casa que as coisas aquecem e que falta paciência?
- É normal. Os adeptos querem bom futebol e ganhar sempre. Mas vão ter alegrias e coisas positivas. Há compromisso na equipa e o balneário está ciente de que a "afición" está descontente. O importante são mesmo os resultados positivos. Acho que os adeptos confiam em nós.
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