Numa entrevista a O JOGO, ex-avançado do Sporting vinca o papel do técnico numa época de regularidade nos momentos cruciais, na qual também viu ansiedade a espaços.
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Enquanto está no Brasil, Mário Jardel, hoje com 47 anos, não perde o contacto com Portugal e estava eufórico com o título do Sporting quando atendeu a chamada telefónica de O JOGO.
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Acompanhou esta época o futebol português?
-Sim. O Sporting foi muito regular nos momentos cruciais. Teve três empates [jornadas 25, 26 e 28] e depois tinha um jogo decisivo em Braga. Disse logo ao meu filho, que até chegou de Portugal agora, que tinham de mudar de atitude, que podiam perder o título. Ganhou esse jogo em Braga e voltou a conquistar motivação. Ficou com o título na mão.
Encontra razões para que a equipa baixasse de forma?
-Nós também nem sempre ganhávamos. São épocas diferentes, mas notou-se ansiedade para que o título chegasse rápido e, realmente, houve um momento coletivo menos bom.
Ainda assim, foi um campeão justo?
-Sem dúvida. O Rúben Amorim cuidou bem do balneário. Era importante ter o balneário fechadinho e foram importantes esses pormenores com o Hugo Viana e com o presidente. Era preciso saber administrar um clube que queria ser campeão 19 anos depois.
André Cruz disse a O JOGO que o Sporting precisa de contratar a pensar na Champions. Concorda?
-Plenamente. Têm de entrar três ou quatro jogadores, trabalhar os jovens que têm potencial e ir vendendo quem se destacou, sempre renovando com qualidade. O presidente e o Hugo Viana provaram saber o que é preciso. O Hugo foi meu colega.
"Têm de entrar três ou quatro jogadores, trabalhar os jovens que têm potencial e ir vendendo quem se destacou"
É novo neste papel, mas foi um jogador experiente. Face à pressão dos adeptos quando as coisas correm menos bem, acha que o Sporting saiu beneficiado por não ter público?
-Existe uma diferença brutal entre ter 50 mil pessoas e não ter ninguém. Vamos esperar que os adeptos voltem para responder melhor a isso. É complexo. A pandemia foi para todos e o mérito é deles, olhando a que ganharam a um FC Porto que chegou longe na Champions e a um Benfica que investiu o que investiu.
Ainda quer vir festejar com os sportinguistas?
-Não vou para Portugal sem bilhete para o último jogo, mas quero estar no meio da festa. Espero o convite. Depende da Direção do Sporting. Fiquei muito feliz por este título. Organizei forma de vermos todos juntos o jogo contra o Boavista.