Jaime Magalhães e a final no Jamor: "Víamos a raiva que nos tinham quando ganhávamos"
Benfica e FC Porto encontram-se este sábado para mais uma final da Taça de Portugal, esta vincadamente marcada pela pandemia. A começar pelo facto do atual palco ter cedido lugar a Coimbra.
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Após uma longa vida desportiva quase toda dedicada à causa azul e branca, Jaime Magalhães acolhe bem a transferência da final da Taça de Portugal para Coimbra, principalmente por motivos geográficos, mas não só. "O Jamor sempre foi o estádio da final, mas passado uns anos deixou de ter condições para os adeptos. Acho bem que não seja lá o jogo, até por estarem na final clubes de regiões diferentes. Assim, encontram-se a meio do caminho", apontou o antigo atleta que pertenceu ao esquadrão que nos anos 1980 conquistou títulos europeus e mundiais de clubes.
"Se Deus quiser, na próxima edição já teremos adeptos nas bancadas e deviam manter esta ideia para evitar tanta deslocação", acrescentou o antigo futebolista.
Além das distâncias, Jaime Magalhães mostrou-se crítico por a final jogar-se usualmente à tarde, no centro-sul do país. "No Jamor, normalmente, jogava-se a uma hora imprópria, sempre com muito calor e naquela zona ainda se sente mais. Jogar assim, num final de época sempre desgastante, era complicado. Jogar à noite é preferível, como vai acontecer desta vez. Infelizmente sem adeptos, que fazem falta e mexem com tudo", rematou.
Contudo, para os portistas, arrancar títulos na capital era sempre motivo de especial satisfação. "Vencer a Taça no Jamor tinha um sabor diferente porque era quase como jogar em casa do adversário, sobretudo quando era contra o Benfica ou o Sporting. Os adeptos do FC Porto tinham de fazer 300 quilómetros para lá ir. E víamos a raiva que nos tinham quando ganhávamos alguma coisa", rematou o ex-internacional.