Jaime Antunes, vice-presidente do Benfica, elogiou "correção e transparência" do investidor norte-americano mas apontou que a parceria proposta não veio "num momento oportuno"
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O vice-presidente do Benfica Jaime Antunes justificou o chumbo dado pela Direção de Rui Costa a John Textor por não ver o seu avanço neste momento como "oportuno", ainda que tenha deixado elogios à "transparência" e comportamento do candidato a investidor na águias.
"A decisão da Direção veio da última reunião e na sequência das várias conversas que tivemos com o senhor Textor. Logo a seguir às eleições a Direção disse que teria toda a disponibilidade para receber o senhor Textor ou qualquer outro investidor interessado no Benfica. O Benfica gosta de receber bem as pessoas, por isso tivemos uma reunião presencial, eu e o o vice-presidente Luís Mendes, com Jonh Textor, que foi de uma simpatia extrema e de grande correção e transparência quanto às suas intenções com a Benfica SAD. Houve mais reuniões por videoconferência, onde ele expôs o que pretendia, que relação gostaria de ter com o Benfica, dizendo sempre de forma clara que nunca investiria se não houvesse uma cooperação e acordo com a Direção do Benfica", começou por revelar o dirigente na BTV. Tudo por uma questão de oportunidade, frisou ainda: "O problema aqui, e por isso comunicámos ao senhor Textor que não queríamos continuar esta conversação, é que entendemos que o Benfica tem outras prioridades na sua agenda."
Jaime Antunes explicou que "a Direção está muito empenhada em fazer alguns desenvolvimentos na estrutura". "Ainda recentemente o presidente anunciou a chamada Cidade do Benfica, há um processo de revisão estatutária em curso, etc, assuntos esses em prioridade na agenda. A parceria estratégica que nos era proposta pelo senhor Textor não está nessas prioridades. Face à conjuntura, este não é o momento oportuno para se avançar com uma parceria desta natureza", disse o dirigente encarnado.
Questionado se a porta fica fechada a qualquer outro investidor, Jaime Antunes negou e apontou para o futuro. "Não, o problema nem é o senhor Textor. A questão é que isso não está na agenda da Direção do Benfica agora, o que não quer dizer que, num futuro próximo, não se procurem parcerias estratégicas que sejam importantes para o desenvolvimento da atividade do Benfica, nomeadamente do futebol profissional. Mas este não é o momento, a conjuntura é de reorganização interna. Nada tem a ver com a pessoa nem a forma muito correta com que ele abordou o Benfica", concluiu.
O "vice" das águias, que é também presidente da Comissão de Revisão dos Estatutos, assumiu ainda que "dentro de um ou dois meses, no máximo" esse documento será posto nas mãos da Direção para análise.