Custódio Castro, treinador do Braga, diz que não se via como adjunto e revela que lhe dava "um gozo tremendo" ver jogar a equipa de sub-17.
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Na segunda parte da entrevista ao site do Braga, Custódio Castro abordou as experiências como adjunto da equipa B e como treinador dos sub-17 antes de assumir o comando da equipa principal. "Não me via como treinador-adjunto, mas senti que tinha de fazer esse caminho e hoje teria feito exatamente igual", revelou Custódio.
"Na altura, eu já sabia que não duraria muito tempo como adjunto, pela minha forma de ser e de pensar, pela forma como me preparei e pelos objetivos que tinha. Eu queria liderar o processo e assumir as minhas ideias", explicou o antigo médio que aceitou acabar a carreira a carreira quando estava na Turquia, em 2017. "Quando aceitei o convite do presidente, tinha a possibilidade de continuar a jogar, mas houve dois fatores que me levaram a encurtar a carreira: por um lado, estava a ser insuportável estar longe da família e dos filhos, eles estarem a crescer e eu a falhar esses momentos; por outro, podia antecipar etapas para a carreira de treinador que eu tinha projetado para mim. Poder fazê-lo no Braga fazia todo o sentido", sintetizou.
No início da presente temporada, Custódio foi convidado a assumir o comando da equipa de sub-17. Um projeto de formação ambicioso que o cativou.
"Nunca na minha vida pensei treinar formação. Sou alguém muito exigente, muito regrado, e no universo da formação, por mais rigoroso que se seja e o Braga é, isso colide com algumas coisas. Por isso confesso que tinha dúvidas que esta forma de estar fosse possível de aplicar em contexto de formação, daí algumas reservas em relação a este passo. Apesar do que disse, e que é verdade, nunca trocaria a experiência que tive nos sub-17 por nada", assumiu.
"Foi excelente experimentar os meus princípios naquela realidade, concretizar aquilo que acredito que é importante para os jogadores em contexto de formação e aquilo que eu entendo que é necessário para atingirmos o sucesso, mas para além disso aquela passagem ensinou-me muita coisa e eu disse isso aos jogadores na despedida: se calhar eu aprendi tanto com eles, como eles comigo", revelou.
O treinador do Braga reconheceu que "foi uma etapa de enorme evolução". "Ver aquela equipa jogar era algo que me dava um gozo tremendo. Sentia-se o prazer dos jogadores em campo e a felicidade das pessoas que viam aqueles jogos, porque chegou a um ponto em que já era quase automático, o nosso jogar baseado num futebol de ataque, mas um jogar que não se parte e onde o equilíbrio seria o suporte para todos os momentos do jogo acabou por se tornar numa coisa extraordinária. Quando me refiro a automático não falo na robotização, mas sim ao entendimento por parte dos jogadores da ideia de jogo que era proposta", acrescentou.