Representantes da II Liga mandataram Pedro Proença para negociar de forma centralizada os direitos televisivos, mas anunciaram um acordo à margem do que foi assegurado pelo presidente da Liga, e por valor inferior.
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Está a ser tensa, a reunião desta tarde dos clubes do segundo escalão com o presidente da Liga, Pedro Proença, na sede do organismo que tutela o futebol profissional, no Porto. Com os direitos de transmissão televisiva na agenda, o encontro ficou marcado pelo anúncio prévio, ontem, por parte de José Godinho, presidente da Oliveirense e porta-voz da comissão de clubes da II Liga, de um acordo centralizado com a MEO de 9,5 milhões de euros por época, que equivale a 500 mil euros por época para cada clube, pelo período de três anos. No entanto, a mesma comissão já havia mandatado Pedro Proença para negociar, também de forma centralizada, os mesmos direitos, e este garantiu, na sexta-feira, um operador que se propõe pagar um valor superior, que ronda os 10,85 milhões de euros. No total dos três anos, está em causa uma diferença que ronda os quatro milhões de euros.
Para se perceber a tensão que transborda do auditório da Liga é preciso acrescentar que estas negociações foram precedidas de uma reunião de Pedro Proença com os representantes de Oliveirense, Freamunde, Gil Vicente e Covilhã, na terça-feira. O ex-árbitro internacional e presidente da Liga propôs aos representantes da II Liga que o mandatassem para apresentar um modelo competitivo sustentável para aquele campeonato, o que foi aceite. Quis deles, também, mandato para a negociação centralizada dos direitos televisivos e comerciais da II Liga, o que foi aceite. Proença apresentou aos clubes um contrato de mandato nesse sentido, mas, confrontados com o documento, estes não chegaram a assiná-lo. Como tal, Proença não poderia selar o contrato apalavrado.
Os contactos prosseguiram, desde então, por vias paralelas, durante a semana que desaguou na reunião ainda a decorrer na sede da Liga.