Ideias fortes de Abel após o Marselha: "Vou ser um cão de caça para os meus jogadores"

Apesar de o Braga se ter despedido ontem da Liga Europa, Abel Ferreira apresentou-se de sorriso nos lábios, "de orgulho pela coragem, audácia, entrega e qualidade dos jogadores". "Quero dar os parabéns aos meus jogadores e dizer-lhes que nada do que fizeram me surpreende, isto tem sido fruto de um trabalho coletivo duro. São estes jogos que nos fazem crescer, nos colocam à prova e nos obrigam a ir ao limite e é esta imagem que queremos continuar a ter", enalteceu.

O treinador viu "um grande jogo", mas lamentou a falta de eficácia, porque "para o Braga entrar na discussão da eliminatória teria de ser altamente eficaz contra uma equipa com muita qualidade individual". "Foi uma vitória justa, mas acaba por ser magra. Não digo que o adversário não tivesse oportunidades, mas fomos superiores na construção para o ataque, na forma como prevenimos a bola. Fomos superiores a todos os níveis", avaliou. O balanço da participação nesta edição da Liga Europa é, para Abel Ferreira, positiva, já que a equipa "cumpriu três dos quatro objetivos: entrar na fase de grupos, passar a fase de grupos e fazê-lo no primeiro lugar". "Caímos perante um grande adversário, que foi melhor", acrescentou. O técnico explicou que após a derrota em Marselha foi feita "uma reflexão". "Mastigo as derrotas e aprendo com elas, tornando-as oportunidades e desafios para o jogo seguinte, foi o que fizemos na casa de um grande rival nosso [V. Guimarães]. Com esta vitória, lamento dizer isto, vão ter aqui um cão de caça: a exigência tem de ser esta, é preciso esta intensidade com ou sem bola em todos os jogos. A nossa imagem tem de ser esta em todos os jogos. Vou ser um cão de caça para os meus jogadores", prometeu Abel Ferreira, salientando que "esta competição valorizou não só o Braga como o futebol português" e lançando um desafio ao selecionador nacional: "Estamos a construir uma equipa com muitos portugueses e é preciso valorizar a quantidade de portugueses ao nosso dispor. Não estão em causa os jogadores que jogam no estrangeiro, mas temos de mostrar ao selecionador que pode olhar para esta equipa. Estou satisfeito; estamos mais fortes para o que possa vir a ser uma nova aventura na Liga Europa."

No discurso de Abel ficou também uma promessa relacionada com os árbitros: "Esta época não falo mais de arbitragens. Sinto-me envergonhado por muitas das coisas que vão existindo por essa praça. Houve o penálti sobre o Ricardo Horta, o amarelo ao Paulinho, mas não serve de desculpa."