A bola já rola no torneio de verão da Ibercup, do qual O JOGO é o jornal oficial. Belém e Carcavelos deram o pontapé de saída - num duelo que terminou com 4-2 - numa tarde marcada pela cerimónia de abertura que teve casa cheia, com mais de oito mil crianças no Estádio António Coimbra da Mota.
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A festa do futebol juvenil está de regresso. Esta terça-feira, arrancou o torneio de verão da Ibercup, o maior evento mundial de futebol juvenil, e durante uma semana as crianças vão poder contactar com várias equipas, de várias nacionalidades. Num curto espaço de três meses, considerando o torneio da Páscoa, visitaram o país, e o município de Cascais, praticamente 800 equipas de mais de 50 países, números que esta edição vai superar.
"É apenas o primeiro dia de uma edição histórica, é o maior torneio de futebol do país. Esperamos sete mil pessoas só na cerimónia mas são muito mais os participantes e as imagens falam por si. São de cor, de alegria, de desporto e é uma alegria enorme para Cascais receber um evento desta magnitude", disse Francisco Kreye, vereador de desporto da Câmara Muncipial de Cascais.
Na cerimónia de abertura, que teve lugar no Estádio António Coimbra da Mota, estiveram mais de 8 mil crianças, juntamente com as famílias, numa edição que contará com mais equipas femininas: serão 42 no total, de Portugal, Espanha, Brasil, Noruega, Islândia, Canadá e Suécia.
No primeiro dia, marcaram presença Luís Dias e Mariana Cabral. Numa altura em que as atenções também estão viradas para o Europeu e na ressaca da passagem de Portugal aos quartos de final da competição, após eliminar a Eslovénia, o antigo coordenador técnico do Sporting abordou a situação de Cristiano Ronaldo, que ficou em lágrimas após falhar uma grande penalidade.
“As emoções não têm escalão. Ou estamos tristes, ou estamos felizes. Independentemente do escalão da competição em que se está, as reações emocionais são sempre iguais. Vi até a substituição do João Cancelo, que foi por um excesso de descontrolo que estava a acontecer, e é normal. São jovens, jogadores que têm uma experiência de estar em alta competição e, quando as coisas não correm como queremos, em que nos esforçamos ao máximo e a bola não entra, por vezes as emoções sobrepõem-se. O Cristiano no final do jogo disse algo que tento transmitir sempre e sempre tentei transmitir. O mais importante não é marcar sempre ou ganhar sempre, o importante é não desistir. A reação aos insucessos é o que define os grandes craques. Aconteceu ao Modric na semana passada, que após falhar um penálti fez um golo, e aconteceu agora com o Cristiano, que assumiu a responsabilidade de marcar o primeiro penálti perante o mesmo guarda-redes. Isso foi fundamental. Estou convencido que depois deste turbilhão de emoções, Portugal vai ficar com um grupo ainda mais forte", afirmou à margem do evento, destacando a longevidade do capitão da Seleção Nacional e de Pepe.
"Acho que as pessoas não têm a noção que, para estar ao nível em que ele e o Pepe estão, têm de fazer um esforço muito superior aos jovens de 22 ou 23 anos. As pessoas não têm a noção das dores que os jogadores passam para poderem estar a competir a este nível, com esta idade. Com tantos sacrifícios, com tantas regras para cumprirem para se apresentarem nesta forma física, a parte mental acaba por ceder”, explicou.
Já Mariana Cabral, treinadora da equipa feminina do Sporting, aplaudiu a iniciativa e destacou o crescimento da modalidade em Portugal.
“O crescimento do futebol feminino tem sido notório nos últimos anos em Portugal, tanto na formação como a nível senior e o que se vê aqui hoje é o espelho disso. Tem sido excecional ver tantas raparigas a jogar futebol, ver tantas equipas é muito bom. Há cada vez mais escalões, mais equipas, mais praticantes e isto é um torneio maravilhoso porque é um espaço onde elas podem jogar e sentir-se bem. Há alguns anos lembro-me de ser jogadora e os torneios serem exclusivamente masculinos, não havia torneios femininos. Ou quando havia, era muito pequeno e muito reduzido. A diferença é gigantesca, já há um espaço completamente paritário e isso é ótimo. É uma óptima experiência para os nossas jogadoras, para as nossas equipas, jogar contra equipas diferentes. Jogadoras com perfis muito diferentes de outros países. É algo que levam como boa bagagem para a formação delas”, sublinou.