Antes de assinar pelo clube de Belo Horizonte, Hulk foi contactado por Pinto da Costa e por Vítor Baía. Benfica também o queria e ofereceu-lhe um contrato melhor que o Atlético.
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Dezoito anos depois de deixar o Brasil, onde como sénior só fez dois jogos, pelo Vitória da Baía, Hulk voltou ao país natal em nome dos filhos. As propostas "choveram", com FC Porto e Benfica na corrida para o contratar, e o avançado admitiu a O JOGO que a possibilidade de voltar ao Dragão o deixou indeciso.
Por que aceitou o convite do Atlético Mineiro? O projeto que lhe foi apresentado contemplava ganhar títulos logo no primeiro ano?
-Sim, isso pesou bastante e a estrutura do clube também, mas o que mais pesou no meu regresso ao Brasil foi poder estar perto dos meus filhos. Tive inúmeras propostas de clubes brasileiros, e a minha esposa dizia para eu seguir o meu coração. Um belo dia acordei e algo me dizia "vai para Atlético. Graças a Deus, as coisas fluíram e aconteceram.
O Palmeiras também o quis levar, certo?
-Foi. O pessoal que trabalha comigo conversou com o presidente do Palmeiras, mas não chegou nenhuma proposta oficial. Pediram-me para esperar e eu tinha muitas coisas para resolver... Chegavam-me propostas diariamente, também de fora do Brasil, e quando recebi a do Atlético estudei bem o projeto, que era maravilhoso. Não foi o lado financeiro que falou mais alto, porque eu tinha propostas bem superiores, mas resolvi ficar aqui pela história do clube, por não ganhar há tanto tempo.
Antes de ir para o Atlético falou-se da possibilidade de voltar ao FC Porto. Houve, de facto, contactos?
-Houve contactos. O Nuno Ferreira, meu empresário, conversou com o pessoal do FC Porto, com o Vítor Baía e até com o presidente, e apresentaram uma proposta. Confesso que fiquei muito balançado em ir para o FC Porto, porque é um clube que mora no meu coração. Toda a gente sabe que sou portista e que vou estar sempre torcendo pelo FC Porto.
O que falhou, então?
-Como já disse, o que pesou mais na minha escolha foi querer estar com os meus filhos. Estive nove meses sem os ver por causa da pandemia, quando eu estava na China, e o que mais queria era estar com eles. Mas houve conversas com o FC Porto, sim.
Ainda será possível voltar ao FC Porto?
-Deixo sempre o meu futuro nas mãos de Deus. A gente não sabe o amanhã, mas o que posso dizer é que hoje estou muito feliz no Atlético, onde conquistei esse título tão importante. Não posso responder-te se vou embora amanhã do Atlético, se vou terminar a minha carreira aqui ou se vou voltar a jogar no FC Porto.
Recentemente, o Hulk disse que o Benfica também o contactou...
-Contactou, através do Nuno Ferreira, e até fizeram uma proposta muito melhor do que a do Atlético. Agradeci ao pessoal do Benfica pelo respeito, sabendo da minha história no FC Porto, mas disse-lhes que não dava, porque em Portugal só jogarei no FC Porto. Toda a gente sabe o carinho e o respeito que tenho pelo FC Porto, não ia arranjar uma dor de cabeça desnecessária.
"I Liga? Mal ligo a televisão"
O JOGO convidou Hulk a destacar um jogador da liga portuguesa, mas o avançado que conquistou a tripleta - Brasileirão, Taça do Brasil e Campeonato Mineiro - e foi o melhor marcador e o melhor jogador do campeonato tem "acompanhado pouco" a competição e preferiu não o fazer. "Aqui, a gente não pára. Estamos sempre a viajar e a jogar a cada três dias. Quando chego a casa mal ligo a televisão", explicou o jogador, que encerrou a época com 68 jogos nas pernas. Terminados os compromissos profissionais, a família de Hulk partirá para um merecido descanso. No roteiro das férias está Miami, onde o internacional brasileiro tem casa, e Orlando, também na Florida, para levar os filhos à Disney World.
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