O Barreirense vai a votos na segunda-feira, 5 de fevereiro. Pela primeira vez desde 1975, há duas listas candidatas num ato eleitoral. O atual presidente do emblema do Barreiro, Hugo Máximo, candidata-se pela lista A e enfrenta Valter Jorge, que encabeça a lista F
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Hugo Máximo, empresário de 47 anos, começou o mandato como vice, mas passou a liderar os destinos do clube em 2022, quando a então presidente Maria João Figueiredo teve de deixar o cargo por razões pessoais. “Candidato-me para dar continuidade ao projeto, principalmente no que tem sido o futebol formação. Considero que o Barreirense é um histórico adormecido e futuramente vão estar reunidas todas as condições para andarmos em outros patamares”, explica a O JOGO, acrescentando: “Somos o único clube distrito de Setúbal distinguido como Entidade Formadora 4 Estrelas e temos todos os escalões nos campeonatos nacionais, incluindo futebol feminino. Nos últimos anos, temos conseguido potenciar jovens que agora estão em emblemas profissionais. Mais cedo ou mais tarde, teremos compensações financeiras por esses atletas”, conta Hugo Máximo.
João Marques, avançado que vai reforçar o Braga na próxima época, é um dos casos mais recentes de sucesso da formação. Mas João Cancelo também começou no clube. “As pessoas que trabalham no Barreirense fazem milagres. Temos a nossa academia interditada e o no nosso campo trabalham nove equipas”, sublinha.
Já a equipa de futebol sénior milita no Campeonato de Portugal e ocupa atualmente quinto lugar de série F. O objetivo é permanência no escalão. “Não estamos preparados para chegar à Liga 3 em termos de infraestruturas. A Federação exige um relvado natural para este escalão e também para I Divisão de juniores, algo que não temos. É viver com esta realidade e sermos competitivos”, observa o presidente e candidato da lista A, rejeitando a possibilidade de entrar investidores: “Podemos ser um clube pequeno, mas humildes e donos do nosso nariz.”
Recorde-se que o Barreirense tem 24 presenças no principal escalão do futebol português.
Finanças Para Estabilizar
Hugo Máximo admite que “o Barreirense está a passar por uma crise financeira elevada”, mas acredita que “com o apoio das empresas e do poder local é possível dar a volta”. E há ideias para ter mais receita. “Queremos aumentar o número de sócios e é necessário alterar os valores da quotização, estes que não são revistos há 21 anos. Depois, estamos a adaptar o programa de sócios para que as pessoas tenham um cartão novo e possam pagar as suas quotas por transferência bancária ou referência multibanco”, elucida.
Recentemente, o Barreirense fez uma parceria com a CleanWatts, uma empresa descarbonização energética. “Assim que todos os equipamentos estejam instalados nas nossas instalações, será reduzido em 54 por cento o consumo de eletricidade. O protocolo também permite ajudar famílias carenciadas”, partilha Hugo Máximo, revelando outros benefícios desta parceria: “Temos um problema já de há alguns anos que chove na nossa sede. Neste protocolo, a CleanWatts comprometeu-se a fazer um isolamento de toda a cobertura do nosso ginásio, como a substituição das telhas. Vamos também ter um novo telhado.”
Outra situação para resolver é a situação da academia de formação. O líder do Barreirense assume que “o recinto está degradado”, mas que “a situação vai ser resolvida em breve, independente de quem ganhe as eleições”.
Basquetebol com pergaminhos
Não só de futebol se faz o Barreirense. “Temos tido um crescimento no basquetebol, ginástica, futsal e xadrez”, lembra Hugo Máximo, destacando “os vários títulos distritais e regionais conseguidos” nesses desportos.
O basquetebol é uma das modalidades com mais pergaminhos, no qual já conquistou dois títulos nacionais e seis Taças de Portugal. E também foi no emblema do Barreiro onde se formou Neemias Queta, o primeiro basquetebolista português a jogar na NBA. “O projeto do basquetebol está bem conduzido e somos umas das melhores formações de Portugal. Sempre foi um bom viveiro de jogadores”, regozija, lamentando as dificuldades para lutar por objetivos maiores na Proliga. “É complicado subir quando temos adversários com um orçamento seis ou sete vezes superiores.”