Treinador do Sporting faz a antevisão ao jogo frente ao Estoril, jogo da ronda 24 agendado para as 20h15 de segunda-feira
Corpo do artigo
Antevisão do jogo com o Estoril: "Com todos os constrangimentos que temos tido, é importante focarmo-nos em nós em vez do adversário. O adversário está numa fase positiva, tem uma dinâmica de jogo bem adquirida, está confiante e não pede desde dezembro, por isso, vai criar dificuldades. A nossa parte passa por controlar, assimilar o jogo de forma estratégica e anular o Estoril nesses processos. Aumentar os índices de confiança, índices físicos e táticos e também de rendimentos e algumas coisas. Às vezes, é muito mais importante focarmo-nos na nossa equipa."
Hjulmand regressa? "Não. Está fora de jogo."
Tendo em conta o percurso do Sporting: mudança de treinador, lesões e castigos, já conseguiu ser o verdadeiro treinador Rui Borges ou perante as contrariedades ainda não? E as críticas são injustas? "É um pouco isso, sim. Não temos conseguido claramente concretizar a ideia de jogo. Se olharem para o nosso trajeto enquanto equipa técnica percebem bem qual é a nossa ideia de jogo. Não temos tido muito tempo para treinar, mas, mais que isso, não termos tido jogadores disponíveis. A equipa não está para a ideia de modelo do treinador Rui Borges porque foi feita para um estilo muito próprio do Rúben [Amorim]. E depois, a falta de jogadores que temos tido por antigos, lesões, tem sido um desafio. Como disse várias vezes, enquanto equipa técnica temos que nos adaptar àquilo que é possível. Estamos longe daquilo que é o modelo do Rui Borges. mas não me vou lamentar. O treinador está aqui para se adaptar ao contexto, ao momento e ao que engloba treinar a equipa de futebol. Tem sido bastante desafiante nesse sentido, mas acima de tudo faz-me crescer como treinador e faz crescer a minha equipa técnica. A crítica faz parte. Desde que optei por ser treinador que sei disso e não me belisca em nada."
Mensagem de Pedro Gonçalves sobre alegado doping: "O Pote simplesmente partilhou algo para as pessoas não acreditarem no que estava publicado nas redes sociais. Sentiu necessidade de deixar claro que é mentira sem especificar a lesão. Já disse que era lesão própria que precisava do tempo certo para recuperar. Não tem que ver com o momento dele no Sporting."
Gyokeres: "O Viktor está recuperado. A gestão [frente ao Gil Vicente] era um jogo de Taça. Por isso é que ser treinador é desafiante. Quem está de fora diz que metia aquele ou o outro, mas não sabe de nada do dia a dia. As opções requerem muitos pensamentos e leituras. A gestão foi por aí. Era um jogo que poderia ir aos 120 minutos e ele está a vir de lesão. Está a treinar normalmente e sem qualquer condicionante. Mas não nos podemos expor. Já corremos esse risco no jogo com o Arouca, não estava previsto aguentá-lo até final. Demos 90, depois 90, depois fizemos uma pausa. Temos de ter algum cuidado, mas está preparado para mais 90 minutos".
São já 37 os jogadores utilizados esta temporada: "É um pouco agridoce, mas dizemos sempre que a sorte de uns é o azar dos outros. Oportunidade dos miúdos, que têm concretizado sonhos. Trabalham para isso na equipa B e depois connosco, nos treinos. É o que é. É fazer a adaptação à circunstância, ao que tem acontecido e tentarmos ser o mais competentes possível no nosso trabalho."
Possíveis adaptações e eventual regresso ao sistema a quatro na defesa: "Adaptações tenho de fazer sempre, por isso é que digo que tem sido bastante desafiante. A linha de quatro e de cinco é muito subjetiva. Já o disse várias vezes. Posso começar com uma linha de cinco e de repente estamos a pressionar a quatro, construir com uma linha de três que de repente se forma para uma de quatro. O mais importante é a disponibilidade. Não temos muito tempo para treinar comportamentos, a repetição para mim é muito importante. É ir ao conforto dos jogadores que temos disponíveis, dentro de algo que também já está na cabeça deles. Não fugir muito. Ir ao encontro de coisas que já têm no chip. Para tentarmos ser melhores, mais eficazes. Mais do que o sistema, olhar para a disponibilidade dos jogadores."
Debast utilizado como médio e eventuais regressos: "St. Juste está fora, Hjulmand está fora, Geny já voltou no Gil Vicente, mas ainda está à procura da melhor forma. O Alexandre Brito está em dúvida, estou a dar uma notícia. Saiu com algumas queixas físicas. Falei com o Zeno [Debast] nos primeiros dias. Tem um perfil e uma personalidade fantástica para um miúdo de 20 anos. Assim como disse do Simões, acho que o Zeno será facilmente um líder no futuro, um bom capitão. Depois, tem características adaptáveis e percebe que a equipa precisa disso. Ele tenta, ajuda e ouve. Tem tido uma capacidade enorme, individual, de ouvir, querer aprender, de se adaptar, de não se queixar. E podia queixar-se, porque apesar de novo é internacional. Poderia criar algum desconforto o facto de não jogar na sua posição no clube, mas nunca o demonstrou. Está sempre disponível, feliz no dia a dia. Os colegas olham para ele de forma diferente, no sentido de reconhecerem muita qualidade. Torna-se fácil a adaptação. Está disponível para ajudar, independentemente da posição".
Inspiração e atitude: "Inspiração já viram em alguns momentos, curtos, mas viram. Não foi tudo mau. Atitude também houve. Faltou apenas e só neste jogo do Gil, na primeira parte. Disse-o claramente, foi a pior primeira parte que fizemos desde que chegámos enquanto equipa técnica. Prazo? Não há prazo. Precisamos de tempo para trabalhar, de ter todos disponíveis para assimilar. É o que é. Não me vou lamentar. A crítica passa-me ao lado, faz parte. Não me chateia em nada. Às vezes, vamos ganhar na atitude. Eu quero é ganhar. E contra o Gil, foi na atitude da segunda parte. Essa tem de lá estar primeiro. Não estamos com tempo para fazer aqui músicas bonitas. Estamos com tempo de ser eficazes, competentes e depois, aos poucos, ganhar a capacidade de ter mais qualidade nos jogos durante mais tempo. Quero é ganhar. A atitude não pode faltar. Depois sim, a inspiração vai aparecer. Em momentos mais curtos, noutras alturas em momentos mais longos".
Jovens mais perto de assumirem um lugar no meio-campo: "Estão todos, têm de estar. A exigência é grande, a qualquer momento pode surgir uma oportunidade e eles têm de a agarrar. A confiança do treinador têm porque jogam. Jogou o Simões, o Brito... Se calhar nem estava a ser titularíssimo na equipa B. Às vezes é muito daquilo que é a leitura de cada um. O Edu [Felicíssimo] estreou-se, o Kauã também. O Manuel [Mendonça] também tem vindo, o [Henrique] Arreiol também. Passa muito por isso. O Esgaio também pode fazer a posição adaptado. Disse que se ganhássemos com 11 jogadores dava dois dias de folga. E amanhã temos de ser competentes para ganhar o jogo."