Igualou Lucho como médio estrangeiro que mais vezes vestiu a camisola do clube e é, a par do argentino, o jogador de campo mais utilizado neste século.
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São 241 jogos, tantos como os que Lucho González somou pelo FC Porto. Héctor Herrera subiu mais um degrau na história do FC Porto e é, desde o jogo com o Santa Clara, o médio estrangeiro mais utilizado em toda a história portista, igualado para já com El Comandante, mas prestes a deixá-lo, de vez, para trás.
"Nunca esperei fazer tantos jogos. Verdade que não... Recordo-me bem dos primeiros treinos e jogos pelo FC Porto e, nessa altura, se me perguntassem, imaginaria difícil fazer tantos jogos, tanta era a qualidade e experiência dos jogadores que estavam"
Com 241 desafios, o mexicano passa também a ser o quarto estrangeiro com mais jogos de azul e branco, apenas atrás de Aloísio (474), Helton (374) e Drulovic (327). Mas há mais dados: desde sábado que o capitão é o jogador de campo com mais aparições na equipa no século XXI. E neste caso sem qualquer distinção entre portugueses e estrangeiros, o que valoriza um número cada vez mais raro em Portugal, especialmente numa equipa grande que valoriza e... vende. Hererra tem seis anos de casa.
"Nunca esperei fazer tantos jogos. Verdade que não... Recordo-me bem dos primeiros treinos e jogos pelo FC Porto e, nessa altura, se me perguntassem, imaginaria difícil fazer tantos jogos, tanta era a qualidade e experiência dos jogadores que estavam", confessou, num exclusivo com O JOGO logo após ajudar a vencer o Santa Clara por 1-0. As dificuldades em 2013/14 foram evidentes e El Zorro até começou a jogar pela equipa B. Paulo Fonseca só lhe deu a titularidade pela primeira vez à sétima jornada, em Arouca, mas o médio nunca foi um indiscutível. "Fiquei ciente de que teria de trabalhar e ganhar o meu lugar, mas nunca pensei que pudesse chegar este momento que atualmente vivo. Sou o capitão, a referência da equipa, do clube.. É um grande orgulho", suspira.
A subida de forma, os 31 jogos acumulados e o contrato longo que assinara mantiveram-no no plantel e Julen Lopetegui deu-lhe, a seguir, um impulso decisivo, ao ponto de o jogador renovar contrato e o FC Porto começar a recusar sucessivas propostas para a sua transferência. Herrera não deixou mais de ser titular e subiu a capitão principal após a saída do brasileiro Maicon, em 2015/16.
Três anos depois, mantém-se de pedra e cal e torna-se figura histórica ao igualar o capitão da sua primeira época no FC Porto: Lucho. "Antes de mais, quero agradecer ao FC Porto por me dar oportunidade de jogar na Europa e aqui. Depois, é um orgulho representar este clube, estas pessoas e igualar um dos ídolos da minha infância, como Lucho. Não tenho palavras. Admiro-o muito como jogador e pessoa, porque tive a felicidade de partilhar o relvado e o balneário com ele e a verdade é que é dos capitães que mais me ajudaram. É um verdadeiro orgulho partilhar esta marca com ele. Estou muito orgulhoso por representar esta instituição tão grande na Europa e espero que possa continuar a acumular jogos para esta marca histórica crescer", atirou, sem receio das palavras, até porque o contrato termina em junho e, se não renovar, não passará dos 246. "Disse um dia que ficaria encantado se pudesse entrar na história do clube e hoje isso está a acontecer. Mas isso não me chega e quero continuar a bater recordes para estar num dos lugares mais altos da história do clube", sublinhou.
"Quando Lucho fala de mim, sorrio..."
A admiração entre Herrera e Lucho é mútua e foi pública por altura do Natal, numa visita que o argentino fez ao Olival e numa fotografia que os dois partilharam nas redes sociais. Herrera tem mais a agradecer a El Comandante, pois era ele o capitão quando o mexicano chegou ao FC Porto. E ainda hoje olha para ele de forma tímida. "Usar a braçadeira é um orgulho. Quando Lucho fala de mim, vem-me um sorriso como agora. É o que posso dizer... É um dos meus jogadores e pessoas favoritas, porque tive oportunidade de o conhecer e é um orgulho que reconheça o trabalho que fiz, como é um orgulho usar uma braçadeira que já foi dele", responde.