Lucas Klysman é um brasileiro com o nome inspirado em Jurgen Klinsmann, foi formado nas escolas do V. Guimarães e, com cinco treinos, deu a vitória ao Loures na Série C do Campeonato de Portugal.
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Ainda na segunda-feira, O JOGO dava-lhe conta da história de Rodrigo Thompson, jogador que saiu do Loures na semana passada para rumar ao Benfica de Castelo Branco, clube onde se estreou no passado domingo com um golo que deu a vitória aos albicastrenses na partida em Fátima, da Série C do Campeonato de Portugal. Até parecia "galo" o que tinha acontecido ao Loures, conjunto que se reforçou para lutar pela subida mas que, atualmente, está a tentar não andar pelos lugares de descida do mesmo agrupamento. Mas este Loures, que perdeu por 2-1 com o Sporting na terceira eliminatória da Taça de Portugal, teve um herói ainda mais decisivo no triunfo (3-2) em Alcains.
Ao intervalo, o Loures perdia por 2-0 mas, na segunda parte, dois golos de Lucas Klysman e outro de Campanholo consumaram a reviravolta. Acontece que Lucas Klysman tinha chegado à formação do distrito de Lisboa na quarta-feira anterior. Fez cinco treinos, foi titular e ajudou - e muito - para que o triunfo fosse uma realidade. "Na primeira parte até já tinha sofrido um penálti, mas falhámos. A equipa estava a precisar de uma vitória e conseguimos sair da linha de água", conta o avançado brasileiro de 28 anos que explicou como é que, sem entrosamento, conseguiu combinar tão bem com os novos colegas. "Todos me acolheram muito bem desde o início e me colocaram totalmente à vontade", justificou.
Lucas Klysman estava no Lusitano de Vildemoinhos há três temporadas e, esta época, levava sete golos em 14 partidas. No entanto, a pouca utilização levou o canarinho a mudar de ares. "Não estava a jogar há algum tempo e surgiu a proposta de um treinador que me conhece e do vice-presidente do Loures que na pré-época já tinha falado comigo". Apesar da mudança, Lucas Klysman tem um objetivo em mente até ao fim do ano civil que quer cumpri. "Queria marcar dez golos até dezembro para igualar o que fiz na época passada. Tenho mais um jogo para o conseguir antes de 2019", revela.
Lucas Klysman já jogou na I Liga, pelo V. Guimarães (história que será contada nas próximas linhas) e sonha voltar aos patamares profissionais. "Disseram-me que se eu tivesse números, os clubes apareciam. Em 2017/18 tive números mas não tive clubes. Logo, coloquei como meta fazer o mesmo em meio ano, para ver se os clubes aparecem", atirou.
Lucas, natural do Rio de Janeiro, chegou a Portugal com 11 anos, juntamente com os pais emigrantes, e foi jogar para as camadas jovens do V. Guimarães. Aí ficou até 2008/09, época na qual Manuel Cajuda estreou o jogador na I Liga, então com 18 anos. "Fiz o meu primeiro contrato aos 17 anos e, com 18 anos, fui lançado pelo Cajuda. Houve um jogo que ganhámos 1-0 ao Leixões em que eu até participei na jogada do golo. Naquela altura, achei que já estava onde queria. Mas agora sabe-me a pouco. Gostava de ter outra oportunidade nem que fosse na II Liga, pois tenho qualidade para isso", sublinha.
Lucas tem nome de craque, embora escrito de forma diferente, Klysman para Klinsmann, antigo avançado da seleção alemã na década de 80 e 90, e tudo tem a ver com a antiga glória. "Nasci no ano em que a Alemanha foi campeã do Mundo. O meu pai gostava muito dessa seleção e deu-me o nome do Klinsmann". No entanto, Lucas pouco viu do craque que inspirou o pai. "Vi pouca coisa dele e não tenho muita noção de como ele jogava. Ouvi falar mais dele quando o Falcao, pelo FC Porto, bateu o recorde dele de golos na Liga Europa em 2011", contou.