O treinador Manuel Machado admite que não é fácil resolver o desequilíbrio financeiro entre os clubes portugueses. Ou seja, vai continuar a ser "um campeonato dos três e o resto é carne para canhão"...
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No final do FC Porto-Moreirense, Manuel Machado disse que "este é o campeonato dos três, o resto é carne para canhão. A intervenção do Governo é a solução para procurar o equilíbrio, defende.
Como se promove o equilíbrio entre os três grandes e os outros clubes?
Tudo passa pelo dinheiro. Enquanto não houver uma distribuição mais equilibrada dos meios financeiros, a disparidade em termos de qualidade dos plantéis será uma constante. Essa disparidade leva ao desequilíbrio em termos desportivos. E, com desequilíbrio interno, também há enfraquecimento dos nossos representantes externos. Por isso, tudo deve ser centralizado numa nova fórmula de distribuição dos meios financeiros.
Manuel Machado recordou o exemplo de Espanha, onde o Governo agiu no sentido de dar um maior equilíbrio à distribuição dos meios financeiros
O que não é fácil...
É evidente que há um passado que nos diz que tal não é fácil de ser resolvido. Já houve várias tentativas, organizaram-se alguns "sindicatos" no sentido de desbloquear a situação atual e alterá-la para haver uma melhor distribuição. Dificilmente os mecanismos internos da modalidade - ou seja quem a tutela, a Liga e a Federação - conseguirão fazê-lo. À semelhança do que aconteceu em Espanha em que o Governo agiu no sentido de dar um maior equilíbrio à tal distribuição, penso que aqui será também por aí: só com uma intervenção de fora do futebol poderá ser criado esse equilíbrio.
Portanto, vai prevalecer?
Julgo que sim. Não estou a ver os grandes emblemas, que lutaram e têm uma situação estável, a terem uma atitude de Madre Teresa e abdicarem, de um momento para o outro, do estatuto e do que conseguiram trazer para eles. Quem tem uma situação de vantagem faz por a manter e não por perdê-la. Não vejo nisso qualquer tipo de menor legitimidade, mas também não vejo os clubes e os órgãos que tutelam a modalidade a terem mecanismos para alterar a situação. A não ser que haja um agente exterior