O emblema parisiense tem necessidade de "contornar" as regras do fair-play financeiro da UEFA, pelo que a repetição do negócio de compra de Nuno Mendes ao Sporting é aceite pelas águias.
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A transferência de Gonçalo Ramos para o Paris Saint-Germain já é um processo sem retorno, sem marcha-atrás, tendo em conta que a base do negócio está totalmente acertada, com os parisienses a acenarem com uma oferta de 65 milhões de euros que inclui mais 15 milhões em objetivos a alcançar pelo ponta-de-lança de 22 anos e pelo campeão francês.
A documentação está já a ser trocada e a oficialização prevista para as próximas horas. Nem mesmo as formas de pagamento poderão afastar as partes, mesmo tendo em conta que para o colosso gaulês esteja em vista um empréstimo como aquele que lhe permitiu a contratação do lateral-esquerdo Nuno Mendes ao Sporting, em 2021/22.
Apertado pelas amarras do fair-play financeiro da UEFA, os responsáveis do PSG, com o conselheiro Luís Campos à cabeça, tentam atirar para mais tarde as transferências, optando pela cedência com cláusula de compra obrigatória. Voltando ao exemplo de Nuno Mendes, os parisienses pagaram uma taxa de empréstimo de sete milhões de euros e, na época seguinte, avançaram com a compra efetiva por mais 38 milhões. Neste arranque de época, refira-se, o campeão francês já gastou quase 160 milhões de euros em novos jogadores e tem de bater a cláusula de 55 milhões para tirar Dembelé do Barcelona, num negócio a fechar hoje. Daí que a disponibilidade imediata, que encaixe nas regras da UEFA, seja bem mais reduzida.
Este modelo não tem influência na decisão do Benfica. Não apenas porque se trata de uma oferta, ainda assim, que encaixa nos 80 milhões de euros previstos inicialmente como fasquia para viabilizar a venda, mas também porque é uma grande transferência para o internacional português. Além disso, os moldes do negócio são em tudo semelhantes a uma venda definitiva paga em várias prestações. O pagamento de uma taxa de empréstimo equivalerá sempre à primeira fatia do bolo, seguindo-se os pagamentos na época seguinte com o acionamento da cláusula de compra obrigatória.
Do Brasil chegam mais dois alvos para o ataque
Gonçalo Ramos deverá deixar o Benfica antes do jogo da Supertaça, dia 9, com o FC Porto e os responsáveis da Luz procuram já um substituto. Schmidt tem essa garantia, mas há nomes ainda em fase de estudo, nomeadamente as condições de venda dos clubes e as expectativas salariais dos alvos. Santiago Giménez, do Feyenoord (ver caixa em anexo) estará agora bem mais distante, mas há outros jogadores em carteira. Dependendo dos contactos, será definida a necessidade de avançar para os nomes que, entretanto, foram tornados públicos.
Na lista está Lucas Beltrán, argentino de 22 anos do River Plate, que tem uma cláusula de rescisão de 20 milhões de euros - serão sempre 25 com impostos - até segunda-feira e que passará a 25 (32 no total) depois disso. Ontem, a Imprensa brasileira acrescentou Pedro, de 26 anos do Flamengo, e Marcos Leonardo, de 20 do Santos. Este está a ser negociado com a Roma de José Mourinho por valores a rondar os 18 milhões de euros e é visto na Luz como ainda "curto" na evolução para ser o titular do Benfica. O primeiro, já mais "batido", seria à partida alvo para superar os 30 milhões de euros, mas está a contas com um processo disciplinar na sequência da agressão de que foi alvo por parte de um adjunto do Fla, entretanto despedido, num episódio que poderá ter sido espoletado pelo jogador. Por tudo isto, o preço poderá cair.